segunda-feira, 30 de julho de 2018

SEM AVISO PRÉVIO



A morte chega muitas vezes sem aviso prévio, provavelmente para nos alertar a brevidade da vida e a necessidade sempre urgente de tão somente dar-se crédito ao prazer da convivência pacífica e respeitosa a partir de cada criatura humana no discorrer de seus momentos presentes, que são únicos e absolutamente intransferíveis.
As perdas próximas são mais representativas porque possuem rosto e características de afinidades que nos despertam para a realidade empírica de nossas finitudes.
Que Deus em sua misericórdia e o universo em sua grandeza de potencialidade nos ampliem a compreensão da importância de estarmos vivendo, livrando-nos da inconsciência que tira de nós a plenitude, que nada mais é que a certeza de sermos privilegiados por estarmos respirando e sorvendo o bendito ar que tudo propicia e alimenta.



PALHAÇA



Chora, palhaça da vida
Pedida, iludida
Cansada e tão só.

Chora, poetisa falida
Contista sofrida
Soneto sem rima
De uma vida fugidia.

Lamenta, procura, espera
Cala, consente, permite
Sofre, consola e se irrita
Pede, rebate, defende.

Forte, bonita, sadia
Árvore erguida, majestosa
Pássaro caído, doído
Asa quebrada, coitada.
Canta, sorri, dança
Chora, se dobra, rola
Pede, implora, suplica
Morre, revive, reprime.

Chora, palhaça da vida
Grita, ataca, agride.
Cala, consente, permite
Como uma palhada da vida.

Quem sabe um dia revide
As crueldades que lhe impõem
E aí, quem sabe, se sinta alguém
E não mais uma palhaça da vida.

Poema escrito em 1974 – Brasília- 23.00hs
Parte do livro Força Estranha- Regina Carvalho



domingo, 29 de julho de 2018

ANOS LUZ DE ATRASOS



E aí, nos nossos papos no café da manhã deste domingo ensolarado, falamos dos filmes e seriados que assistimos desde sempre, porque gostamos, relevando mais uma vez os absurdos referentes ao nosso atraso em todos os níveis em relação aos países desenvolvidos e que, em sua maioria, não possuem o nosso espaço territorial e muito menos as variedades de riquezas naturais.
Observamos que quaisquer cidadezinhas, principalmente nos filmes de quase 100 anos passados, eram mais bem estruturadas que as nossas de hoje, pois existe um princípio básica na formação de um distrito ou município, a fim de balizarem suas existências que visam, em primeiro lugar, o bem-estar de seus moradores.
Geralmente, as pessoas assistem os filmes e não observam este detalhe de infraestrutura num comparativo com o que possuem em suas realidades, e isto é impressionante se olharmos com a visão analítica da alienação cidadã que comanda nosso grau de conscientização de valores sociais.
Qualquer cidadezinha com dois ou três mil habitantes tem a seu dispor, correios, banco, supermercado, hospital, polícia atuante, lanchonetes, escolas, creches, restaurantes, rodoviária, centro comunitário, quadra de esportes e um comércio atuante, ou seja, as cidades possuem autonomia, mesmo aquelas consideradas de passagem ou dormitório, por estarem muito próximas de outras mais prósperas na variedade de oferecimento de trabalho.
Mas aqui e em outros países da América Latina ou parte da África, a coisa muda e para pior, exibindo uma violenta desigualdade social, como se orgulho fosse uma pobreza gigantesca da maioria de seus habitantes, assim como a cruel visão política na manutenção da mesma, geralmente através da malversação do erário público.
O mais impressionante neste óbvio que escrevo é justo a aceitação dos cidadãos, que ainda se tornam devotos fiéis de seus próprios flagelos, justificando, grotescamente, seus líderes ou ídolos.
E então, bate um desânimo profundo e a certeza absoluta que tanto eu e Roberto não sobreviveremos anos suficientes para enxergarmos reais mudanças estruturais em nosso país, o que pensar de nossa Itaparica que vive isolada, apesar de estar no máximo a 60 minutos de uma das maiores e mais importantes capitais do país, mas que por ter um eleitorado pequeno, não é devidamente assistida pelo Governo do estado e muito menos Federal, servindo apenas como recolhimento de uns votos fracionados para Deputados e Senadores.
E pensar que ainda os aplaudimos por fazerem suas obrigações e os desculpamos quando são ineptos, incapazes que somos de reconhecermos o quanto nos flagelam em benefício próprio e de seus restritos aliados calando-nos por uns trocados a mais, um empreguinho temporário e uma dignidade perdida.
E aí, nem é bom pensar que estamos em 2018 e não temos uma rua decente para circular, saneamento básico na maior parte da cidade, recolhimento de lixo regular, educação a pleno vapor, saúde competente e ainda temos que conviver com esgotos a céu aberto, e se não bastasse, somos obrigados a compreender a perda de instituições absolutamente necessárias a autonomia de cada um de nós, restando-nos reconhecer que somos um povinho sem brio e respeito próprio, atributos que vão se perdendo gradativamente, enquanto o mundo evolui.

sábado, 28 de julho de 2018

GOVERNO X POVO



Numa gestão pública municipal, o todo se fraciona em secretarias e cada qual tem seus próprios recursos e deveres, uma independentemente da outra, mas todas se interligam num só objetivo que é o de promover o bem-estar da população.
Por outro lado, existe o povo que elege um grupo de vereadores com duas específicas atribuições, verificar o adequado andamento da gestão executiva no seu fracionamento, verificando se suas atuações individualmente se completam no todo de forma constante e eficaz, e a de promover projetos de lei em benefício do município.
O que ocorre, e que inspira tantos desencontros, é justamente a falta de cumprimento das metas estabelecidas pelo executivo, não de promessas de campanha, mas referentes às normas constitucionais, assim como a não atuação devida dos vereadores, deixando o povo desprovido de proteção e levando o cidadão a fazer o papel que é deles por obrigação de contrato constitucional.
E aí, o executivo e o legislativo se unem silenciosamente, geralmente explícita reação contra o povo em suas mais legítimas exigências, criando um mal-estar que gera tudo de ruim, jamais qualquer real evolução.
Esse ciclo vicioso vem mostrando de forma grotesca a incoerência existente nos papeis dos sujeitos políticos/sociais e, nem assim, a lucidez se faz presente, onde direitos e deveres são para ser cumpridos e não discutidos como se fossem  individuais, questionar e adaptar a seu gosto e disposição.
O povo pede prestação de contas no seu cotidiano através de ações contínuas que o favoreça e não de ações esporádicas que fantasiam uma inconstância de qualidade, fácil de ser detectada em toda fração de cada gestão deste Brasil maltratado, cujos filhos são segregados por todo o tempo à condição de plateia e, mais adiante, de pedintes.
Vereador não foi eleito para discutir com o cidadão se é certo ou errado ele cobrar e muito menos para elogiar quem quer que seja. Sua obrigação é a de, tão somente, não deixar faltar um só dia, sobre nenhuma alegação, o que é de direito deste cidadão.
O bendito senso de prioridade ao cidadão se perdeu e parece ao observador que está difícil de ser resgatado, pois falta o entendimento do certo e do errado para nortear a condução seja lá do que for.
E de repente, quando nos damos conta, sentimo-nos ridículos, enquanto cidadãos, por estarmos exercendo o papel que pagamos a outros para fazer por nós.
E aí, tudo que escrevo não se trata de ser contra ou a favor deste ou daquele, tudo é apenas uma questão de lógica que insistimos em desconsiderar.

quinta-feira, 26 de julho de 2018

Por onde andas, meu Deus!



Ouvindo esta música, penso em todos nós e na loucura social que estamos vivendo, no absurdo das derrocadas de valores que por milênios ampararam os seres humanos, oferecendo limites de convivência e respeito humano, criminalizando-os, como se fossem responsáveis pelos excessos que sempre existirão, esquecendo-nos das outras tantas maravilhas que eram proporcionados pelos mesmos, trazendo-nos uma imensa violência jamais vista em todos níveis, sem ao menos, termos a noção exata de seu porquê.
Pouco a pouco estamos perdendo o senso avaliativo, justo porque os benditos parâmetros se perdem em meio a uma enxurrada contínua de modismos ideológicos, que a muito deixaram de ser lutas devidas para se transformarem em espadas cortantes de um igualitário direito de ser o que se é,  e que ao invés de nos fazer evoluir, nos mata ou nos corrompe com a vestimenta variada do ouro dos tolos.
Choro até cansar, na esperança de que Deus me ouça e me faça compreender os propósitos dele ao permitir tantos desmandos, muito deles, proferidos e exercidos, usando o seu bendito nome.
Sabe o que eu queria agora?
Encontrar alguém, quem sabe Deus que me desse seu santo colo e pudesse me ouvir, apenas, como consolo desta solidão social, véu invisível do maldito separatismo que nos aniquila a cada instante.

quarta-feira, 25 de julho de 2018

DESEJANDO


Que o sol te aqueça, a chuva te lave e a vida como um todo te complete num abraço amoroso de paz.

terça-feira, 24 de julho de 2018

INTERPRETANDO


Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. Ou seja: desenvolver um bom trabalho pelo qual foi designado em determinada área de atuação, não exime ninguém, muito menos um gestor público, de receber cobranças em outras áreas menos atendidas, pois, para tanto, o mesmo se cerca de possibilidades gerenciais.
Ainda me lembro, e não faz muito tempo, que particularmente fiz exaltação aos trabalhos de restauração da educação em nosso município, assim como louvava os esforços desenvolvidos pela equipe da saúde no atendimento à população, além de recriarem programas como o CASI e o CAPS, sob nova roupagem e humanização que, de tão eficientes, serviu de referência à atual gestão.
No entanto, jamais deixei de cobrar e mesmo criticar outras secretarias que deixavam a desejar ao longo dos anos, recebendo do gestor de então, o respeito ao meu trabalho e direito de cidadã de não aceitar um serviço aquém das reais possibilidades de serem executadas.
O que acontece é, tão somente, a exacerbação emocional e partidária de ambas as partes, matando assim, qualquer dialogo coerente e participativo, onde as necessidades não se encontram com os propósitos.
Bom seria se existisse o entendimento de que todo cidadão deve ser um respeitoso agente participativo e que funcionário público existe para atender as demandas da população, e entre elas, talvez, a mais importante, seja exatamente saber ouvir, ponderando e sabendo filtrar as boas ideias. Sabedoria dos fortes e genuinamente capazes que vai se extinguindo na medida em que a arrogância inconsequente, filha do medo e da vaidade, se faz presente.
Que pena...

sexta-feira, 20 de julho de 2018

AOS MEUS AMIGOS


Não há nada que justifique mais o meu carinho por Itaparica, quanto a certeza absoluta de que nunca estou sozinha, esteja eu, onde estiver, pois, tem sempre alguém que me acena ou se aproxima para aliciar o meu coração com uma palavra amiga.
Hoje, foi mais uma manhã ensolarada em que, junto ao meu Roberto, saboreava os deliciosos pastéis do Bar do Manoel e da Marisa, apreciando aquele mar pelo qual nos apaixonamos, que novamente fui agraciada com maravilhosas palavras de aconchego e reconhecimento do trabalho que venho realizando nestes 16 anos de comunicadora, seja através do Jornal Variedades por doze anos, seja pela Rádio tupinambá, por seis anos ou pelas inúmeras crônicas que publico em meu blog e no facebook, desde 2009.
Não sei como se chamam e tão pouco onde moram, mas com absoluta certeza fizeram o meu dia ficar muito mais bonito.
Obrigada é tudo que consigo dizer nesta reafirmação diária de que sei de onde vim, não sei para onde vou, mas certamente sei onde estou e sou grata à vida por isso.
Por esta razão, neste dia especial para se agradar aos amigos, não destaco alguns, tão somente, abraço a todos desta bendita cidade que, ao me receberem, abriram seus braços e seus corações, fazendo de mim, uma pessoa abençoada, querida e respeitada.
Amigo é coisa para se proteger, honrar e amar. Peço a Deus a cada amanhecer que me faça merecedora deste amor amigo que aqui recebo.

AGRADECIMENTO


Neste dia especial do amigo, venho agradecer a toda a equipe do CAPS através do Dr, Pablo, Rafael Mendes e Fábio , pelo carinho e atenção dedicados a senhora Rosalina Lima, cadastrando-a no Hospital Juliano Moreira para que a mesma mensalmente, possa receber o remédio de custo elevado. Estendo o agradecimento a Prefeita Marlylda Barbuda por ter autorizado a enfermeira Amanda a liberar a agente comunitária Jaciara a proceder o devido cadastramento em Salvador.
Cuidar de um amigo meu é adentrar no meu coração.
Parabéns e obrigada

quarta-feira, 18 de julho de 2018

GRATIDÃO



Salve os pés macios que levemente atravessam as areias quentes deste deserto árido que as vezes, posso representar.
A leveza do ser que se faz presente na minha vida, trazendo consigo o frescor dos orvalhos, o brilho das estrelas, o alívio das chuvas de verão.
Bendita a alma que te pertence, bendita pessoa que me ama.


terça-feira, 17 de julho de 2018

INVERSÃO



Estamos vivenciando uma inversão tamanha de valores, e não é de hoje, afinal, particularmente comecei a me dar conta, lá bem atrás, na década de oitenta se não me falha a memória, e de lá para cá, a coisa se acelerou tanto, que pouco tempo tive para assimilar cada mudança no ser, no pensar e no agir das pessoas.
Como uma mula, estanquei em forma de resistência e fui dando passos lentos e prudentes, mas isto não impediu que eu sofresse as intempéries, levando-me em alguns momentos a pensar que curvaria os joelhos e cairia por terra, vencida pelos novos valores com os quais, não só me eram estranhos, como ao conhece-los, rejeitei a maioria.
Lá se vão mais de quarenta anos de corrida louca adaptativa com o apenas consolo de não me sentir solitária, já que comigo existe um batalhão de outras tantas que como eu, vai levando sem, no entanto, compreender a perda absurda do belo, do límpido e do verdadeiro.


segunda-feira, 16 de julho de 2018

BOM DIA



Cidadão sério e respeitoso é bem mais que defender e aplaudir., criticar e ofender. É principalmente dar exemplo pessoal no reconhecimento do adequado e crítico ferrenho do inadequado, para que o equilíbrio esteja presente nas ações e realizações de qualquer natureza.
Todo restante é puxa-saquismo e inconsequência.
Que Deus nos ajude a compreender e sermos compreendidos nos propósitos de nossos ideais.
Que a sensatez seja o nosso guia e o amor o nosso estímulo.
Assim seja, hoje e no decorrer desta semana que ora se inicia.

domingo, 15 de julho de 2018

QUEM SABE UM DIA ...


Isenção não é para qualquer um, afinal, o preço é alto a ser pago quando insistimos em só nos ater aos fatos e nada mais.
Não há complacência, nem piedade da maioria, se não tendermos o pêndulo de nossas avaliações a um só lado, independentemente da lógica gritante da razão dos fatos, que muitas vezes cruéis, se fazem marcantes onde quer que estejam.
Fui à reunião do ex-prefeito de Itaparica, confesso, ainda esperançosa de que de uma forma inédita, o mesmo dispunha-se a ser um aliado no enfrentamento do atavismo administrativo.
Qual nada... estamos sós, como sempre, e continuando na dependência das benécias, boa vontade e generosidade dos governos estadual e federal, além da nunca existente atenção de deputados e congressistas, reforçando a tese de que Itaparica é incapaz de mudar por si só sua realidade; esta conscientização, com certeza, não é só minha.
Saí frustrada e convicta de que não viverei para ver minha Itaparica verdadeiramente amada, cuidada e respeitada como merece, a não ser que o inédito floresça.
Quem sabe um dia, este povo guerreiro que ora já começou a despertar, deixe aflorar sua força como no passado, não levantando foices e nem cansanções no afastamento do inimigo, mas empunhando a determinação e a razão límpida de seu próprio poder de cidadão, com o reconhecimento do quanto foi usado, magoado e inúmeras vezes traído, podendo assim, comemorar a sua real liberdade.
Até que isto venha a acontecer, rogo a Deus que a cada dia, este povo simples, bonito e acolhedor, acorde mais um pouco do sono da submissão, curando-se da dor do engano e da mágoa das seguidas traições, avaliando cada conquista, assim como cobrando cada direito que lhe pertence, não aceitando a sempre limitada ração de alpiste da sobra dos esfomeados carcarás.
Quem sabe, eu viva para ver! ...
Afinal, nos tempos atuais, tudo tem andado tão rápido, não é mesmo?

sábado, 14 de julho de 2018

DESABAFANDO COM UMA AMIGA


O assunto era a presença da Ditadura Militar nos anos 60/70 vivenciado por nós, bem de perto, assim como as artimanhas incansáveis dos comunistas que vestiram a roupagem de uma Democracia que não convenceu.
Assim respondi:
_Exatamente e foi tanto que o povo e as autoridades em geral ofereceram apoio. Eramos jovens, trabalhávamos em jornal, particularmente estive em Conceição e Redenção no Pará no período brabo do AI-5 e nunca nos abordaram onde quer que fossemos. Por que será? Não terá sido porque não empunhávamos a ideologia comunista? Fico ouvindo os artistas, jornalistas e especialistas falando daquele período e se esquecem de mencionar que o povo em geral, vivia em paz, segurança e muita fartura. Só foi preso, apanhou e infelizmente veio a perder a vida, aquele que de algum modo era contra o regime em prol do comunismo. A ditadura do abandono, da roubalheira, da falência institucional, da educação e saúde piores que meia boca, da violência urbana a níveis assombrosos, esta sim, entristece, assusta e leva a sociedade ao caos. Antes de Brasília, vivi a ditadura no Rio de Janeiro e todos os dias ao ir para a escola, encontrava na rua Anibal de Mendonça, o presidente Castelo Branco e o general Dutra, fazendo caminhada e toda a sua segurança, compunha-se de um carro e um motorista. Passeio diário que lhe permitia estar bem próximo do povo. Afinal, que sofrimento é este que pintam nas universidades e escolas, nas TVs e revistas que não existiu, a não ser é claro para quem forjadamente ou ingenuamente, lutava por um comunismo, travestido de democracia. Desde o retorno do regime democrático que o povo não mais pode ser verdadeiramente livre. A realidade disso que afirmo, está nesta vergonha nacional que estamos vivenciando, onde não há um metro quadrado deste país que não esteja sucateado e um só brasileiro que não esteja desencantado, mesmo aqueles que obtiveram algum ganho até então não conseguido, como um carrinho popular, uma TV de tela plana, um tanquinho, uma cota e a bolsa família. Benefícios estes que certamente teriam chegado ao longo destes mais de 30 anos. Afinal, tudo evoluiria, mas dentro do possível e do seguro. Temos vivido as mentiras dos interesses de alguns e as duras realidades que o cotidiano nos apresenta. Ninguém lembra dos benefícios que o país recebeu e que se refletiria nos anos que se seguiram, assim como não tiro os méritos daqueles que pediram e lutaram pelas "diretas já", em sua maioria, uma juventude que acreditava verdadeiramente que estava sendo patriota, mas que na realidade, já estava sendo aliciada pelos famintos carcarás do falso idealismo. De lá para cá, o que era seguro desmoronou, levando consigo a fortaleza da família brasileira, esfacelando seus valores, descredenciando sua ética, anarquizando sua estrutura. Penso que evoluir sim, avacalhar não. Estamos longe de um equilíbrio político social, estamos a anos luz de termos consciência cidadão e isto é mérito cruel deste partido vermelho, que soube explorar a ganância humana, usando o erário público descaradamente para aliciar essa corja de bandidos que se intitulam políticos, jogando por terra sem qualquer piedade, os filhos da pátria através do falso assistencialismo e do abandono real de suas mais primárias necessidades. Confesso que me sinto mais que cansada de tanta hipocrisia e absolutamente, incapaz de escolher conscientemente um alguém para nos representar, seja lá pra que cargo for. Afinal, para mim por enquanto, todos são suspeitos. Desculpe o desabafo, mas você é minha amiga irmã e dividiu comigo cinco anos desta tão difamada Ditadura Militar e acredito, poderá compreender o meu atual dilema.

TOLOS E SÁBIOS



Destes dois atributos mentais, todos nós temos um pouco e ambos nos deixam às margens da loucura, estado de graça existencial, não vivenciado por muitos, usufruído por poucos.
Loucura que nos deixa alheios as intempéries provocadas pelos permanentes sábios em suas constantes arrogâncias de jamais se enxergarem tolos também.
E quem no espelho cognitivo é incapaz de encontrar em si falhas, segue colhendo o alpiste alheio dos aparentes tolos, para alimentar sua sapiência incauta de falso sábio com as burras repletas, mas com a alma vazia.
Tolos e sábios, maravilhosos loucos que enfeitam e aromatizam em permanente integração e doação à vida.

sexta-feira, 13 de julho de 2018

BOM DIA



Pois é, o dia sequer amanheceu e há muito estou ouvindo os grilos, esperando a chegada dos pássaros e desejando que o dia não seja muito chuvoso.
Não se trata de insônia, apenas durmo e acordo cedo, pois sou do dia, do sol, dos aromas, das cores e das pessoas, já que o sono eterno para o devido descanso certamente chegará, mas até lá, aguardo cada novo amanhecer repleta de entusiasmo.
E aí, enquanto espero, penso e geralmente registro, velho hábito do qual não consigo me desvencilhar, até porque, fez de mim o que sou, uma sempre aluna, revisando o dever de casa.
E nesta contínua revisão, percebo quase que assustada o quanto sou resistente, teimosa ou descuidada, por não deixar passar alguns detalhes que, se existissem, certamente facilitariam muitíssimo a minha vida, como por exemplo, enaltecer a hipocrisia, disfarçar o inadequado, enfeitar o sujo e roto.
Coisas de Dona Regina...


quarta-feira, 11 de julho de 2018

VEM COMIGO...



Para onde? Itaparica? Para ver lixo, buraco e lama? Isso a gente vê todos os dias. Façam o convite quando a cidade puder receber com mais propriedade, tal qual foi prometida em campanha.
Que tal, parar de pensar em turismo, afinal, a cidade tem talento, mas falta a vocação que depende de fatores que o povo não dispõe, a estrutura não suporta e os gestores desconhecem.

Às vezes, penso que estão escarniando de nossas necessidades, forjando um bem-estar inexistente, camuflando com fotos simbólicas a dura realidade.
Eu e qualquer mortal desta cidade, estaremos sempre aplaudindo quando, finalmente, esta gestão deixar de só apresentar como resultados emendas parlamentares antigas e que agora são oportunas apresentar, feitos de campanha eleitoral do governo do Estado, assim como espalhar a mentira absurda de não ter recursos para efetuar as mais primárias ações e, finalmente, apresentar serviço não em planilhas contábeis de prestações de contas manipuladas, mas em obras e ações palpáveis às mãos calejadas e às almas sofridas desta cidade.
Jamais este Município arrecadou tanto e nunca a inércia e incompetência administrativa estiveram mais evidentes.
Paremos de hipocrisia e enganos e encaremos a dura realidade, afinal, se algo acontecer, será no segundo semestre de 2019, a fim de garantir uma reeleição para a cadeira macia do poder.
Esse procedimento é um velho filme que enjoados estamos em rever, mas ainda ingênuos o bastante para aplaudir.


COMO A MAIORIA.



Aos comunistas, disfarçados de socialistas, deixo os meus respeitos aos seus direitos de ser o que bem quiserem, mas por favor, não queiram que eu acredite que amam o Brasil, pois assim é demais.
Faço neste instante uma força tremenda para não falar de política, mesmo reconhecendo ser impossível, afinal, por todo o tempo exercemos este atributo do relacionamento humano, mesmo negando a todo instante, como se admiti-lo fosse o maior dos pecados.
Está certo que, de uns tempos para cá, o politicamente correto tem sido prioridade, abrindo espaço para a hipocrisia, geradora cruel das explosões emocionais daqueles que sufocados buscam o próprio ar da sobrevivência.
Mas como falar explicitamente sem não nos inserirmos neste este balaio de gatos de posturas camufladas e nada verdadeiras?
Está tudo muito difícil de se conviver, afinal, apesar de todos os avanços, nunca estivemos tão atávicos.
Tudo que sei é que a maioria, no que me incluo, só deseja ser feliz como fui ontem depois de cozinhar um feijão preto com carne seca e saboreá-lo com um pouco de arroz branquinho, refogado no alho, tendo como companhia a paz da minha casa, meu cão e, é claro, o meu Roberto.
Nota: Como podem observar, o primeiro parágrafo, publiquei separado, apenas para atender aos meus amigos que geralmente têm preguiça de ler textos mais longos. Afinal, estratégia de mercado, não é só o PT que possui.

sábado, 7 de julho de 2018

LEGAL E MORAL



Estou aqui, logo bem cedinho, olhando as postagens no face e atenho minha atenção em uma sessão da Câmara de Vereadores de uma certa cidade em que se discute a redução salarial dos mesmos, e aí, imediatamente penso no quanto são perversas as nossas leis, mas, acima de tudo, o quanto nós, enquanto povo, somos inconsequentes em permitir desde sempre distorções que tornam grande parte delas, absolutamente imorais.
A lista é interminável de brechas que incentivam todo tipo de adaptação interpretativa, mas todas com uma lógica subtendida, silenciosa e corrosiva que é a falta de equidade em se tratando de proteger verdadeiramente os interesses do povo, reservando todas as nuances de benefícios a uma casta de privilegiados que, com diferentes vestimentas, não só as fazem, como as interpretam a seus gostos e interesses.
Penso também nas gigantescas incoerências que se mostram a cada instante e que, por ignorância também de várias espécies, são aceitas desde sempre.
Imagine um povo pobre, carente de quase tudo, aceitar que um vereador, em sua maioria sem ter sequer o fundamental completo e que comparece na Câmara onde trabalha, um ou dois dias por semana, ganhe mais que um professor de nível universitário, muitas vezes portador de mestrado e até doutorado, ou que um juiz cujo salário já é absurdamente elevado para a realidade brasileira, ainda receba ajuda moradia e se for casado com uma juíza, que também ela receba, mesmo ambos morando na mesma residência e própria, enquanto um pensionista do INSS que recebe salário mínimo e ainda paga aluguel, não possa ter os mesmos privilégios.
Como admitir que profissionais como dentistas, psicólogos, assistentes sociais, nutricionistas e tantos mais que investiram em estudos no mínimo 15 anos, ganhem inexplicavelmente menos que os ilustres vice-prefeitos, chefes de gabinetes, diretores e coordenadores disto ou daquilo?
Como aceitar que os policiais que arriscam suas vidas a cada instante recebam salários tão precários, precisando morar nas periferias e guetos das suas cidades?
Como eu disse anteriormente, a lista é interminável de distorções que com seus tentáculos abraça todas as instituições e as perguntas que deixo são:
- Por que o povo mesmo reconhecendo todo este absurdo ainda permite, aplaude e não enxerga que é imoral?
- Quando este omisso povo vai entender que quem paga toda esta vergonha é ele mesmo e exigirá reformas sérias e profundas, capazes de amenizar todo este desatino institucional?
Hoje o sábado amanheceu sem chuva, deixando até o solzinho que pede passagem tentando se instalar, colorindo o dia, aquecendo a vida.
Bom seria se pudéssemos copiar a natureza, abrindo também espaço em nossas mentes para que o legal se aproximasse do moral, a partir de nossas posturas em relação ao tudo mais.

sexta-feira, 6 de julho de 2018

SATISFEITOS SIM, AGRADECIDOS NÃO.



Não podemos continuar a misturar nossas emoções em relação as realizações de nossos gestores, sejam do legislativo, judiciário ou executivo, afinal, tudo quanto realizam é puramente obrigação e o fazem com o dinheiro público, isto é, nosso.
Daí o supremo direito de cobrar quando morcegam e não produzem e, naturalmente, aplaudir quando direcionam suas atenções às suas obrigações, cumprindo-as, não porque prometeram, mas porque é a função deles promoverem o melhor para o cidadão, no exercício de seus mandatos.
Estamos constantemente invertendo os papeis por causa da simbiose em que sempre vivemos, ora endeusando, ora demonizando, induzidos pela ignorância de nossos próprios direitos.
Outra inversão que confunde, mas é extremamente benéfica para os políticos, é justamente o período eleitoral, quando então pipocam realizações, discursos e inaugurações, abrindo as gavetas das emendas parlamentares, que logo se fecham ao dia seguinte das apurações, deixando-nos amargar mais pelo menos um ano e meio até que o próximo pleito se aproxime.
Portanto, lambemos os beiços por agora, pois somente após o segundo semestre de 2019, teremos o prazer de ver algo novo aparecer; e até lá, amarguemos as nossas agruras.
E entre aplausos, agradecimentos, ataques e choramingos, eles se dão bem e nós, bem... você e eu sabemos e convivemos com a resposta.

PARA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DE AMOR ...



Afinal, quase impossível fazer as pessoas ainda jovens compreenderem que os amores jamais são perfeitos e que não cairão do céu como um milagre a qualquer instante.
Como explicar a diferença do entusiasmo de um sentimento amoroso?
Amor é construção diária, somatório de momentos de doação e superação.
Querer estar junto, aceitar diferenças, compreender falhas, estimular alegrias, são fundamentais na concretagem deste sentimento que pode ser traiçoeiro, enganador, levando a criatura a confundi-lo por todo o tempo com uma certa emoção aparentemente igual e envolvente, mas que se esvai como fumaça frente à ventos e tempestades.
Brisas são os romantismos que cercam as aproximações.
Ventos são as tormentas de diferentes gradações que surgem através do conhecimento da convivência diária.
O amor exige investimento, reparos leves e reformas às vezes gigantescas.
Amor precisa de talento e criatividade para resistir os efeitos do tempo, desgastes naturais do que aparenta ser igual.
E nada permanece imutável, por que então esperar estatização do amor idealizado?
Por que não investir num amor criado, esmeradamente cuidado, retocado, mas acima de tudo adicionado à realidade, que de fato espelha as necessidades de ambos.
O amor exige talento, mas acima de tudo vocação para fazer dele diariamente um ofício ou uma oração.
E se puder transformá-lo em ambos, aí sim, a felicidade aparece, clara, luminosa, abrindo espaço para a liberdade de tão somente, amar.
Pois quem ama, vibra, cuida e se completa.
Se bem que a maioria não pense assim, mas se assim fosse, haveria ainda mundo?
Não será o amor, esta razão irrefutável

quinta-feira, 5 de julho de 2018

RECADO DE UMA ENERGIA BENDITA


Não te surpreendas e tão pouco desperdices as tuas lágrimas, pois elas não conseguirão lavar a cegueira humana.
Tuas posturas e vibrações, estas sim, operam verdadeiros milagres e são nelas que deves te ateres, hoje e sempre.

terça-feira, 3 de julho de 2018

Direitos e liberdade.



Novamente na paz da minha Itaparica, posso afirmar com todo o embasamento possível que este é o melhor lugar para se viver, naturalmente, para aquelas pessoas que, como eu, apreciam a paz, o bendito silêncio, ainda existentes para desfrutar.
Por outro lado, não posso de sã consciência desconsiderar que em alguns locais desta mesma cidade, esta paz é coisa do passado e que, na maioria das vezes, as pessoas sem qualquer outra opção são obrigadas a conviver, moldando suas vidas ao horror da violência que sorrateiramente se esconde e se mostra com mil faces diferentes, sempre que lhe é conveniente.
Assim, olhando de passagem, o sol brilha, as crianças brincam, o mar continua manso e quentinho, deixando transparecer uma calma há muito perdida e um quê de bucólico, só existente nas lembranças de um tempo onde tudo era diferente, mesmo que com uma aparência de muito atrasada em relação às outras em que a modernidade se fazia presente.
E aí, penso no preço que se paga pelo progresso, assim nem tão expressivo e agregador, que chega sem pedir licença e que, ao invés de abrir portas e janelas, financia as grades e o medo, destruindo direitos e privando toda e qualquer forma de liberdade, sem que se tenha tempo para avaliar todas as perdas que se sucedem.
E aí, penso no poder do bem que também há muito sucumbiu às forças deste mal miserável, hoje, mais do que nunca, estimulado pela falta de consciência e atitudes de defesa, optando-se pela omissão, encolhido no próprio medo, restando Deus e a Bíblia como alento a tantas dores.
E como na realidade não sou usuária atualmente de nenhuma destas opções salvadoras, penso que só mesmo apoiando as boas iniciativas e cobrando as inércias, expondo-me, mesmo com medo de ser feliz é que posso, de cabeça erguida, mesmo ostentando grades em minhas portas, gritar com a minha participação constante, pedindo socorro, na esperança de que o eco do mesmo chegue se não nos ouvidos, pelo menos na consciência daqueles de direito.
Afinal, penso que a tão buscada liberdade é antes de tudo um propósito que nasce de dentro para fora, cercado de valores morais e éticos que o tempo e o progresso não possuem destruidores braços longos para alcançar.

MUITAS EMOÇÕES

Há quem imagine que levo uma vida solitária em meu reduto tranquilo de paz entre pássaros e borboletas, mas sequer imaginam a profusão das i...