São duas
horas da manhã desta sexta- feira bendita de 03 de agosto de 2012 e, ao
contrário de estar com insônia, dormi muitíssimo bem e estou prontinha para
começar um novo dia, mas antes, como de costume, estou a postos no computador,
escrevendo o que o meu coração dita.
E nesta
manhã ele está ditando a respeito do que ouvi ontem, quando do pronunciamento
de alguns vereadores, por ocasião do reinício dos trabalhos da Câmara, após
dois dos quatro meses de recesso legislativo.
Penso, então,
que preciso ficar mais atenta às minhas palavras para primeiro evitar correr o
risco de ser no mínimo mal interpretada ou, o que é ainda pior, que minhas
palavras gerem motivos para que se criem e recriem discursos que soem como refrãos
populistas ou falácias, baseados em um único fato real e indiscutível de que eu
e meu marido, assim como outras tantas criaturas, somos “forasteiros” nesta
terra bendita de gente “séria e bonita” que nos acolheu.
Fecho os
meus olhos e começo a percorrer com a minha memória as ruas da cidade,
detendo-me diante das portas destes “forasteiros” e só de Ponta de Areia até o
centro de Itaparica, para não me alongar, encontrei muitos e, por incrível que
possa parecer, busco nesta mesma memória a lembrança se algum entre eles,
manchou, denegriu ou prejudicou o povo desta
cidade mãe que calorosamente um dia o acolheu.
Não consegui encontrar
um que seja...
Ao
contrário, vou identificando empresários de pousadas, restaurantes, barzinhos,
lojas de material de construção, padarias, supermercados, jornal, rádio,
imobiliárias, que trabalham arduamente, nos 365 dias do ano, aposentados e
etc., que buscam nos seus comércios seus honrados ganhos financeiros ou
simplesmente depositam aqui seus recursos pessoais, além de gerar empregos e
impostos à cidade mãe.
Agora, como
afirmei anteriormente, são de fora ou somos de fora, quanto a isto, não restam
dúvidas, diria até, que somos abençoados filhos adotivos de uma mãe generosa,
cujos braços são longos e o seio farto para alimentar a todos sem distinção,
retribuindo sempre no mínimo em dobro, tudo quanto recebe de bom destes filhos
postiços que conseguiram enxergar nela, toda uma grandeza a ser burilada que,
nem sempre, os filhos naturais são ou foram capazes.
Penso então
que enquanto eu, assumida forasteira, tiver vida, saúde, um jornal e um
microfone, jamais deixarei de oferecer aos filhos postiços e naturais desta
bendita terra que me acolheu, me ampara e me alimenta, toda a minha postura de
respeito e consideração, trabalho e decência pessoal, incentivando por todo o
tempo a todos que me cercam, a buscarem mais e mais conhecimento, pois somente
através dele, somos capazes de nos sentir livres até mesmo para reconhecer as
grandezas de nossa mãe, tenha ela o nome que tiver, esteja ela onde estiver
cravada no solo deste nosso vasto e rico país, fazendo de cada um de nós,
filhos postiços ou naturais, tão somente filhos responsáveis que, aí sim, jamais
se tornam capazes de feri-la ou manchá-la com a indiferença do individualismo.
Agora, como
profissional de jornal e rádio, tenho a responsabilidade de manter-me atenta a
jamais ser leviana ao ponto de esquecer-me de que não posso e não devo induzir
pensamentos e ações que possam de alguma forma gerar tumultos, partidarismo,
prejuízos a alguém ou desavenças, assim também, como não posso e não devo
calar-me frente à obrigação de orientar meus leitores e ouvintes quanto a seus
direitos e deveres que estão registrados na constituição brasileira.
Faço, portanto, minha a
culpa, por ter em algumas ocasiões utilizado inoportunamente do termo RENOVAR,
o que, certamente, pode induzir ao ato subsequente de eliminar para que, então,
se coloque ALGO NOVO.
E isto, não
seria justo e muito menos correto, além de fazer de mim, uma profissional e
pessoa não merecedora da credibilidade que conquistei ao longo de quase onze
anos de trabalho sério e respeitoso, muitos destes anos, acompanhando e
apoiando os trabalhos dos vereadores na casa da cidadania.
Peço, assim,
desculpas aos ilustres vereadores, esperando deles também um pouco de
compreensão em relação aos fundamentos de meu ofício de jornalista que se intencionou
a registrar e analisar a história da mãe
ILHA DE ITAPARICA e como ato subsequente, informar, esclarecer e propiciar
meios para que seus filhos possam escolher seus representantes políticos,
por crerem ser o melhor para sua cidade
e suas vidas, de forma consciente e
embasada em fatos reais.
Penso, então,
que vale muito a pena estar solitariamente neste instante escrevendo o que dita
o meu coração, oferecendo-me sempre uma oportunidade para que eu possa
reconhecer um erro cometido, rogando ao Deus deste universo belíssimo que me
faça sempre coerente com os meus propósitos de ser leal, respeitosa e amiga de
todo aquele ou aquela que me abraçar fazendo eu me sentir uma verdadeira filha,
não importando se sou ou não uma filha adotiva e, até mesmo, “forasteira”.
Que esta
sexta-feira, seja repleta de luz no coração e benevolência nos olhos de cada um
de vocês.
Nenhum comentário:
Postar um comentário