Ah! Que prazer
poder cheirar o aroma do limão e depois estreitá-lo em minhas mãos, alisando-o
e novamente cheirando-o, enquanto volto do terreiro à cozinha, onde um belo
pedaço de pernil repousa no aguardo do tempero.
Adoro cozinhar
e adoro saborear o que cozinho, fazendo deste momento apaixonante, a minha
magia pessoal que, egoisticamente, desempenho a cada dia, sem permitir dividir
meu território, que tenho como sagrado, no templo de minha casa.
Hum!!!!!! Que
cheirinho bom!...
E nesse
trajeto entre o limoeiro e a cozinha, lembro-me da minha infância e das
delícias que apreciei serem feitas pelas minhas avós e pela minha mãe, sempre
dispostas com seus aventais branquinhos e seus cantarolares que me faziam crer
que o que produziam era sempre muito especial, mesmo que fosse um suculento
bife com batatas fritas, que igual ao delas, jamais voltei a degustar.
Estou neste
instante aguando e sorrindo ao mesmo tempo e, é claro, olhando pro céu, como se
assim pudesse de repente enxergá-las por entre os raios brilhantes deste sol encantado
de Itaparica ou, quem sabe, tão somente plasmar como um quadro perfeito e
inestimável, num instantâneo divino de minhas queridas recordações.
Feliz, penso
então, que sou e, mais que isso, sempre fui, por ter como neste instante, um
cheiro, um sentir mágico de infância para recordar, neste outono de minha vida,
que mais parece primavera e que, amorosamente, dou-o a você que pacientemente
me lê.
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