Este friozinho gostoso que vem acompanhado do escarcéu dos
grilos, do aroma que o orvalho provoca nas plantas, e se não bastasse tudo isso,
ainda ouço uma profusão diferenciada de cantos, claro, dos pássaros, disputando
espaço, marcando presença, exibindo-se, e eu, então vaidosa, induzo-me a crer
que todo esse espetáculo é só para mim.
Por que, não?
Através da janela, vejo
o tímido, mas determinado, sol de inverno. Ele não pede passagem e sem qualquer
cerimônia, vai se fazendo presente, transformando os seus reflexos em divinos
pinceis que, maravilhosamente, matizam as folhas, as flores e as minhas emoções.
Fecho os meus olhos e ainda embalada pelas sensações que meus
sentidos captam, sou capaz de enxergar, cada qual em seu universo de época e de
situação, os amores que cultivei e que, cuidadosamente, reservei em mim, transformando
meus instantes que ora descrevo em forma de doces recordações em um completo espetáculo de vida e de
liberdade.
Que posso querer mais
neste amanhecer de agosto, se tudo é “bonito de lindo”?
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