Logo cedinho, as TV`s já estavam contabilizando o número de mortos, feridos e desabrigados na Região Serrana do Rio de Janeiro. Pela tela, pude rever lugares belíssimos que em questão de minutos desapareceram, soterrando vidas, conquistas, sonhos e tudo quanto se pode perder frente às tragédias naturais ou não, nas quais todos nós estamos expostos, por todo o tempo de nossas existências.
O rio Santo Antônio, motivo inspirador de poesias e motivador da compra a peso de ouro de metros quadrados bucólicos e simplesmente lindos, transformou-se em algoz de um sem número de veranistas e moradores, cobrindo de luto uma cidade e um estado, sem pedir licença e sem qualquer aviso prévio?
É evidente que não.
Ano após ano, a conjunção da especulação imobiliária com o pouco caso das administrações públicas coloca toda uma população de norte a sul, deste país, a mercê tão somente da PROTEÇÃO DIVINA.
Ano após ano, as mesmas situações ocorrerem em proporções diferenciadas e o lenga-lenga dos discursos permanecem, ficando apenas no silêncio, camuflando os destinos de milhões de reais que o governo Federal disponibiliza para fazer frente a obras que nunca acontecem como deveriam, pois são sempre um socorro a mais para as contas bancárias de quem se interessar.
E são muitos os que se beneficiam em uma escala de horror e falta de escrúpulos públicos.
Passada a comoção momentânea, nada é cobrado como deveria, nenhuma TV, fica de olho, nenhum cidadão, associação, sindicato, ONG ou o escambal, levanta a voz na busca consistente de ações, pois a cada instante novas tragédias acontecem, desviando mentes e intenções já viciadas a esta simbiose distorcida e desumana da convivência sistêmica de todos nós.
Para quem já viveu muito como eu, nada disso é surpresa, mas também para gente atenta, consciente e com um mínimo de senso humanitário, assim como eu, tudo isso é nojento, sem qualquer diferenciação de qualquer crime hediondo, pois a crueldade do desinteresse, aliado a inconsciência da dor alheia e dos direitos e deveres públicos, transforma alguns políticos em meros bandidos e muitos cidadãos em tão somente, robôs.
Tudo muito lamentável...
quinta-feira, 13 de janeiro de 2011
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