sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

APENAS PENSANDO...

Fiquei pensando sobre o texto denominado qualificação que escrevi anteriormente, na busca de um maior entendimento até mesmo de minhas afirmações em relação às possíveis críticas quanto ao fato de eu estar ou não qualificada para achar isto ou aquilo, cujas situações jamais foram por mim vividas.
Se fosse assim, somente poder-se-ia ponderar, questionar e até julgar-se algo baseado nas próprias vivências.
Entretanto, concordo que em algumas situações é preciso que se dê um desconto avaliativo, afinal são tantas as implicações e complexidades que seria no mínimo leviano, desconsiderar-se os agravantes de quem os vivencia in loco.
Uma mãe acaba de perder um filho e as pessoas dizem:
- Eu sei como você está se sentindo.
Como? Por acaso, já perdeu um filho?
Ou:
- Posso sentir a dor da discriminação dos Gays, Negros, etc.
Ou:
- A fome é dolorosa, sei o quanto você sofre.
Todavia, existem milhares de outras situações em que, embasados não só em estudos, observações e até vivência, as pessoas podem fazer avaliações bem próximas da realidade do outro, onde o bom senso, a lógica, as leis, a educação, a cultura e tantos outros fatores, são os indicativos básicos e, portanto, norteadores às avaliações.
Volto ao passado, precisamente nos anos sessenta, em que vivenciei a minha adolescência e penso no quanto o mundo evoluiu nestes quase cinquenta anos, assim como também foi destruído e no quanto a população mundial se multiplicou .
Penso nos valores que foram soterrados, preconceitos combatidos, mas penso principalmente, olhando atentamente para trás, no quanto se sofria por infringir-se detalhes comportamentais que tempos depois deixaram de ter qualquer significação, e pensando nisto, posso crer que o mesmo por consequência ocorrerá daqui a alguns anos, cada vez mais rápido, mas ainda assim não poupando sofrimentos.
O planeta vem a cada dia morrendo, já não tão lentamente, e nós, estas incríveis criaturas continuamos com os mesmos hábitos e a mesma cabeça dura, estejamos nós seja lá em que local da pirâmide social, arrogantemente nos fazendo de entendidos, mas dando de ombros ao azar do futuro que, lógico, não será nosso e provavelmente nem de nossos filhos e netos, se a terra secar.
Claro que podemos avaliar, embasados nos estudos e no que somos capazes de observar no que já esta acontecendo, afinal por todo o tempo pipocam desastres da natureza que dizem ser naturais, e o são, na medida em que ela apenas reage às ações a ela infringidas.
Achamos que podemos avaliar os sentimentos seja lá de quem for, mas e daí se continuamos exatamente agindo como se fossemos cegos, surdos e mudos, crendo que somos os tais, mas absolutamente inconsequentes em nossas matanças indiscrimidas de vidas que propiciam vidas em um ciclo naturalmente ininterrupto, que insistimos em interromper.
Falei de um punhado de coisas aparentemente sem ligações diretas, tudo porque em dado momento, pensei na tal da virgindade que nos anos sessenta ainda era um tabu e que hoje é assunto sem importância, como uma infinidade de outros que fizeram muita gente chorar, matar e morrer.


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