segunda-feira, 17 de maio de 2010

VOZ CONSTANTE (vale a pena relembrar)

Os órgãos de comunicação como jornal, rádio, TV, revistas e etc existem para
ser o registro dos acontecimentos, fazendo assim, sobreviver a história do cotidiano de um local específico ou global da humanidade. Entretanto, ele não sobrevive por si só.
É preciso que a sociedade a qual representa, participe ativamente, não desconsiderando jamais o som da sua voz como ponte entre o fato e o cidadão.
Infelizmente, percebe-se que onde não há o respeito à imprensa também não se tem respeito ao cidadão em seus mais primários direitos democráticos, alimentando desse modo a desinformação que gera a ignorância do conhecimento dos seus próprios direitos e deveres.
Em abril de 2003, fizemos circular a primeira edição do Jornal Variedades, empreendendo uma árdua luta de sobrevivência, levando-nos a pensar a cada edição que, ao invés de jornalistas, havíamos nos tornado mendigos da cultura e da informação. Em raras ocasiões fomos agraciados com o apoio deste ou daquele gestor, e quando fomos, dobramo-nos a não menos árdua tarefa de cobrá-los por todo tempo como se o que nos coubesse fosse injusto ou desnecessário.
Ah!...se não fossem os empresários, ah!... se não fossem nossos próprios recursos, ah!... se não quiséssemos tanto continuarmos a ser loucos idealistas que ainda crêem na possibilidade em ver fluindo a bendita justiça social, conscientização vivencial, respeito à vida e à liberdade.
Vivenciamos benditos anos de experiências e interações cotidianas que solidificaram como única voz constante da integração dos municípios de Itaparica e Vera Cruz. Foram 60 edições onde procuramos ser fieis aos fatos e respeitosos em nossas intenções. Temos consciência que buscamos exercer nossas tarefas de forma menos invasiva. Assim como esperamos que a consciência participativa de cada cidadão seja um instrumento que promova as mudanças que tanto ambos os municípios necessitam nas áreas básicas de sustentabilidade social, como educação, saúde, segurança e ações sociais, margens direcionadoras das demais áreas do universo social.
É preciso que compreendamos o alcance de nossas posturas pessoais em meio às posturas coletivas. A fome, a violência e a miséria moral não nascem e crescem do nada e sozinho, elas são frutos dos desmandos provocados por cada um de nós em nossos mundinhos individuais. Cremos que podemos tudo e que nada se reflete no todo, e esta é uma postura camuflativa que estimula seja no agradável e produtivo, seja no desagradável e corrosivo. Enquanto acharmos que podemos fechar nossos olhos à dor dos outros que nos rodeiam, estaremos semeando o apartheid social responsável pelo caos que ora já é possível vivenciar-se nos quatro cantos da convivência sistêmica de Itaparica e Vera Cruz. Enquanto acharmos que podemos nos drogar, jogar, parasitar, escamotear uns com os outros, superfaturar, ignorando o mal que produzimos com nossas indiferenças, estaremos cada vez mais expostos às reações absolutamente naturais daqueles que nada tiveram para melhor se espelharem. Afinal, é publico e notório que o esperto é que se dá bem socialmente. E todo mundo quer se dar bem, não é mesmo?
Enquanto fingirmos que ensinamos, aprendemos, gerenciamos ou governamos isto ou aquilo, certamente teremos como realidade concreta a imagem de nossa própria indiferença, alienação, canalhice ou comodismo, invadindo nossas casas e comércios, roubando ou matando nossa paz.
É preciso que acordemos pouco a pouco para nossas obrigações sociais justamente para
podermos um dia vivenciar nossos próprios direitos. o Jornal Variedades, incansável na luta dos direitos sociais e humanos, agradece a todos pela oportunidade em expressar mês-a-mês o que acredita ser o caminho de vida e de liberdade, do pão e do conhecimento, direitos de todos nós.

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