quinta-feira, 27 de maio de 2010

FILHOS DA VERGONHA NACIONAL

"Aluno agride coordenadora com socos e pontapés no interior de SP
Agressão ocorreu na porta da escola, em Franca, na terça-feira (25).
Escola de Ribeirão Preto também registrou caso de agressão".



"Aluno atingido por apagador em SP diz temer volta para escola
Nesta quinta-feira, o garoto foi submetido a um exame de corpo de delito.
Família diz que menino de oito anos nunca teve problemas de indisciplina".


Estou começando a ficar preocupada com os constantes destemperos que alguns professores vem tendo em sala de aula com seus alunos, através de atitudes agressivas de irritabilidade frente ao descontrole da classe.
Não que para mim seja surpresa, afinal, venho acompanhando ao longo de pelo menos duas décadas e meia a falência sistemática do sistema educacional de nosso país, além de fazer constantes alertas através de meus escritos, seja nos jornais nos quais trabalhei, seja em palestras, onde tive a oportunidade em me expressar para pais e mestres, seja através de meus livros, onde abordo todos os aspectos psico-sociológicos destoantes que vem se instalando sorrateiramente nas posturas dos mesmos, tendo como indutores governos descompromissados, promovendo, portanto, alunos desmotivados, com o resultado final totalmente desqualificado, salvo raras exceções.
Criou-se, através de uma constância sem impedimentos, o hábito destrutivo de transformar em promessas vazias salas de aula em discursos inflamados e consequentemente envolventes, sem que haja uma só ação que seja verdadeiramente pautada dentro de um desejo sincero de fazer acontecer mudanças reais.
Os programas federais, em sua maioria consistentes, se perdem quando colocados na prática, pois os executores estão desqualificados, nem que seja pelo engessamento de gestões arcáicas e pouco responsáveis.
Apesar de serem necessários, estes projetos nem sempre se adequam à realidade desta ou daquela localidade por ser generalizada, e este conceito não se adapta em um país tão grande com tantas diferenças de todos os níveis, sendo necessário, portanto, no mínimo uma adaptabilidade, que não acontece justo pela ou não percepção desta necessidade ou mesmo pela total incompetência dos orgãos gestores educacionais, cuja visão de suas atuações normalmente é condicionada a dogmas conceituais já pre-estabelecidos.
A falta de diretriz específica e a desvinculação que passou a ocorrer entre a escola e a comunidade tem sido uma mola impulsionadora de equívocos muito perigosos, que vem passo-a-passo minando um relacionamento que jamais poderia ser fragilizado.
Além disso, o mestre, o orientador, enfim o profissional que se formou nos últimos anos, já trás consigo uma formação deficiente, onde o seu papel de educador se empanou principalmente pela desqualificação que a profissão agregou em sí no periodo da ditadura militar e que nas gestões seguintes não encontrou qualquer intenção séria de reestruturação consistente.
O resultado deste abandono é justamente uma visível falência que se expressa através de professores estressados, desmotivados, que se enganam quando pensam que estão ensinando algo e que sequer se esforçam em se posicionar como autoridades educacionais em sala de aula, já não despertando qualquer respeito de seus alunos e estes, desnorteadas crianças e adolescentes, sem qualquer parâmetro comportamental de civilidade de convivência, além de serem famintas e desnutridas crianças oriúndas de lares, senão miseráveis, mas nitidamente carentes, que não encontram nem em seus lares e muito menos na escola o amparo que por constituição de direito deveriam receber.
Portanto, esperar o quê, se não existe prioridade verdadeira?
Restando, portando, o desconsolo na constatação de um desrespeito generalizado, uma marginalização que já se estende aos colégios particulares e que nos aprisiona no cotidiano de nossas cidades e bairros, onde somos dia-a-dia acossados por marginais cada vez mais jovens, que com nossa omissão ajudamos a produzir e que horrorizados hipocritamente em nossas mentes agradecemos a Deus quando são mortos, seja pela polícia ou por outro bandido mais rápido no manejo da malandragem, profissão garantida aos filhos da vergonha nacional.

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