sexta-feira, 28 de maio de 2010

AINDA EMOCIONANDO

Venho percebendo que na medida em que envelheço, mais e mais recordo-me de fatos passados em minha juventude, crendo que seja um retorno necessário, como se fosse uma busca constante de parâmetros frente a realidades que então vivencio, que ora me chocam, ora me entristecem, ora me fazem pensar no quanto tive o privilégio em vivenciar minhas etapas de experiências de vida com imensa suavidade.
Lembro-me, por exemplo, do beijo que dei em meu primeiro namorado aos l5 anos e que, de tão emocionante, ainda me faz sentir o espetáculo que ocorreu em todo o meu ser de menina-moça se abrindo para os sentidos de seu próprio corpo, mente e sentidos em uma comunhão amorosa da natureza com o despertar da sensualidade, tão absolutamente natural que me faz estremecer quando vejo os jovens de hoje se entregando como mercadorias tão somente expostas para ser consumidas.
Ainda posso sentir a boca carnuda e o hálito quente daquele beijo infantil, mas absolutamente maduro para iniciar dois lindos e ingênuos jovens na arte do sentir sem culpas, mas com mistérios que aos poucos, com o passar dos anos e de novas descobertas, foram sendo desvendados e inseridos em forma de estrutura emocional e de seletivas escolhas sem jamais abrir mão da qualidade e dos propósitos.
Que pena, meu Deus, pelos excessos que ora vejo com o título de liberdade.
Que tristeza, meu Deus, pelas lembranças confusas, sem rostos, sem nomes, sem alma que esta juventude certamente terá no futuro.
Obrigado, meu Deus, pelo lindo beijo na boca que fez de mim um ser mais amoroso e me preparou de forma suave, sem pressa e muito natural para, dois anos depois, conhecer a sublimação da comunhão da entrega que, por ter sido tão intensa e amparada em valores, hoje chamados de mico, permanece 43 anos depois ainda fazendo arrepiar, ainda emocionando.
BOM DIA!!!!

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