terça-feira, 30 de março de 2010

SE TODOS FOSSEM IGUAIS A VOCÊ

Se todos fossem iguais a você, ao contrário do que diz a música ,'"seria uma maravilha,"creio sinceramente que seria muito monótono, pois acredito que esta infinita diferença é que colore e oferece opções ao nosso livre arbítrio.
Todavia, existem criaturas que são tão especiais que, se iguais a elas houvessem outras, provavelmente viver pudesse vir a ser um ato contínuo menos egoista.
E enquanto estou neste momento escrevendo sobre os especiais, desfilam em minha mente tantas e tantas imagens de fantásticas criaturas que apenas conheci e outras tantas com as quais convivi, que sou obrigada a reconhecer que elas existem de fato e que de direito somos agraciados com suas convivências, e também provavelmente por esta razão ainda consigamos encontrar muitos atos de profunda beleza existencial, que nos dão força inconsciente e determinação consciente de seguir acreditando que estar vivendo pode ser um espetáculo, se assim o desejarmos.
Penso, então, que somos capazes e lúcidos o suficiente de fazer com que nossas atitudes comportamentais sejam o reflexo fiel do que dizem ser a alma, mas que prefiro pensar que são as emoções, geradoras constantes das intenções, que, afinal, determinam o espaço entre a criatura e a sua perfeita adequação à sua própria vida.
Mas como é possivel chegar-se a este estágio de plenitude só possível de se constatar em raras e fabulosas criaturas, cujos dedos das minhas mãos são demasiados para contá-las?
Penso, assim, que se prontos não chegamos à vida, cabe-nos a obrigação amorosa de buscar o burilamento para, no mínimo, sermos criaturas mais interativamente amorosas conosco e com o tudo do todo, buscando naturalmente inspiração justo naqueles especiais que escrevi a pouco e que continuam a desfilar por minha mente, formando um colar de luz capaz de seduzir-me ao desejo de ser igual.
E aí, em meio a tantas lembranças de criaturas especiais, surge diante de minha mente a imagem mais que linda de um francês, ainda muito jovem, que escolheu Itaparica para doar o melhor de si, buscando difundir a cultura através da música clássica, acreditando que através da indução carinhosa e harmoniosa da qualidade sonora se é capaz de se chegar a alma as emoções, ou a ambos se forem o mesmo.
Incansável na luta pelo resgate da cidadania, promove concertos mensalmente com o apoio da escola de música da UFBA. Certamente sempre terá em mim uma parceira fiel e, quem sabe, consigamos com nossas tenacidades ideológicas fazer despertar tantos especiais que se encontram escondidinhos e calados, como se cúmplices fossem, dos desmandos e da impunidade, sob o peso da indiferença social que ora nos assola em nossa encantadora ITAPARICA.
Seu nome é François Starita, que eu tenho orgulho de me sentir amiga.

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