domingo, 7 de março de 2010

PODEM ACREDITAR

Quando comecei a ter consciência do método existencial que instintivamente ia se desenvolvendo em minha mente, naturalmente fui registrando e aplicando em mim mesma, sem, no entanto, perceber, com o entendimento devido, as alterações que se processavam em minhas posturas.
E como não havia a percepção consciente, também não havia o devido senso de proporções, tão necessária a esta transição emocional e postural, que certamente afetou em forma ora de surpresa, ora de espanto, primeiro a mim mesma e concomitantemente a tudo e todos a minha volta.
Com pequenos, mas consistentes e periódicos terremotos císmicos emocionais, fui abalando todas as minhas estruturas, sem, contudo, possuir qualquer noção de como proceder uma restauração, precisando de décadas para passo a passo, ir construindo novas bases de sustentação, que me fossem saudáveis e ao mesmo tempo naturalistas o suficiente para servir de amparo, ou suporte, vivencial para substituir todo e qualquer apoio de origem farmacológica.
Hoje, tantos anos e passadas mil, cá estou ainda dando passos cuidadosos, frente a certeza consciente de que viver é um eterno aprendizado, onde a cada milhionésimo de segundo colocamos-nos à prova, na qual, em sua maioria, é fruto tão somente de um vício comportamental sistêmico e doentio de complicarmos o incomplicável, e para tanto utilizamo-nos de ínfinitos argumentos como desculpas banais para a nossa incapacidade de somente querer viver, conhecendo-nos e naturalmente mantendo controle sobre tudo que nos diz respeito. E isto ocorre, justo porque tememos com verdadeiro horror, o compromisso de sermos responsáveis por nossas vidas .
A consciência dos atos praticados ou sentidos não nos imuniza das ações intempestivas que certamente repetimos e repetimos como se também eternas crianças inconsequentes fôssemos, mas a adição desta em nossas mentes e sentidos, com certeza, nos remete a uma imediata identificação, como ato seguinte a inadequação, o que não consola, mas promove uma restauração consistente por ser definitivamente esclarecedora.
A consciência, passa a ser uma parceira constante ao aprendizado e ambos, sistematicamente, vão promovendo uma melhoria quantitativa em nossas vivências, levando-nos também ao reconhecimento desta melhoria através de uma mais harmoniosa convivência de nós com nós mesmos.
Tipo, menos cobrança, menos rigor, mais perdão e, principalmente, compreensão com a nossa infinita ignorância quanto a avaliação da importância de nossas vidas junto ao contexto universal, sem sofismas ou idealizações patéticas, como, por exemplo, acharmos que somos superiores, algo que suplanta tudo o mais, justo porque somos os únicos capazes de criar um monte de inutilidades, que, em sua maioria, só serviram para tirar de nós o centro de nós mesmos, e outras tantas para destruir todo um sistema nutridor, epicentro da manutenção e da renovação da vida em suas não menos infinitas expressabilidades.
Tenho aprendido, ao longo desta caminhada de vida em busca da liberdade, que não bastava eu falar que gostaria de ter isso ou aquilo e ir a luta para conseguir seja lá o que fosse, fui descobrindo que só conseguia atingir os meus objetivos quando minhas intenções se irmanavam e se expandiam além de meu corpo e mente em forma de energias amorosas.
Nessas ocasiões, o univervo ouvia, compreendia e imediatamente respondia, devolvendo-me energias vibrantes que me cercavam como uma blindagem não menos amorosa, promovendo a proteção contra qualquer sentimento de desânimo ou direcionamentos não adequados à conclusão do projeto desejado.
Pois o universo só entende e corresponde as mensagens energéticamente direcionadas a ele. Claro que tudo que estou falando, está relacionado com o bem estar e não com moedas, entendimento confuso que é, lamentavelmente, fonte permanente de desvios de objetivos e gerador constante de profundas frustrações e vazios existenciais, promotores cruéis da infelicidade sistêmica.
O ter, faz parte do mecanismo de crescimento e realizações do ser humano, e o ser, por não coexistir na parceria da mente e dos sentidos, deixa um profundo e sistemático vazio, estimulador das depressões, e esta, meio condutor à infinitas mazelas físicas e emocionais, abreviadores cruéis do que deveria ser o nosso direito em viver o tempo que nos é destinado pela nossa genética, com real qualidade e bendita paz.
E nestas afirmações, não reside qualquer sofisma ou espírito poético, apenas uma constatação que venho a cada milhionésimo de segundo, observando e aplicando em mim mesma e em todos aqueles que, de alguma forma, por curiosidade ou por acreditar em minhas experiências pessoais e conseguindo ver nelas as mudanças das quais falo, resolve correr o risco e experimentar.
Afinal, viver é muito bom e, viver sentindo a vida em todas as suas grandezas em nós mesmos, é uma experiência tão fantástica que não abro mão de continuar esta jornada, buscando eliminar por todo o tempo este complexo, que chamo de DOR SOCIAL, que ao nos conscientizamos dele, damos o primeiro e fundamental passo em direção da tão desejada vida plena, que é, tão somente, viver amando a vida e tudo quanto nela resida.
Podem acreditar, a cada dia, fica mais fácil, menos doído, bem mais gratificante.
Bom dia, a todos!
Ah! estou escutando PERI RIBEIRO, filho de Dalva de Oliveira, que nas décadas e 60 e 70 nos encantava com sua voz quente e melodiosa. Ouço REZA, bela canção da BOSSA NOVA. Quem se lembra?
Somos um povinho muito esquisito, sem lembranças e, portant, sem cultura, que pena, não é mesmo?!

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