sexta-feira, 2 de maio de 2025

A BEM DA VERDADE

...são vinte e três anos de vivência em Itaparica. Lembro-me que ficamos encantados com a beleza geográfica e com o bucólico que oferecia a ela, aquele espírito de exclusivo, reservado há poucos privilegiados.

Ao nos banhar nas mágicas águas mornas de Ponta de Areia, a decisão foi unânime em assentarmos nossos corpos e nossas almas, neste paraíso terreno, como forma de brinde especial a uma vida de lutas constantes e de prazeres inenarráveis de amor à vida.

De lá para cá, dia após dia, nosso relacionamento amoroso, foi se transformando em senso de pertencimento e hoje, de tão consolidado, sequer lembro que originalmente, não sou daqui.


Esse sentimento, mais que algo íntimo, se faz notar à maioria das pessoas que comigo divide emoções e esta interação silenciosamente resistente é que, fortalece o mútuo respeito, numa simpatia que de tão grande, se transforma em quase amor.

Quase, Regininha?

Não se acanhe e escancare seus sentimentos, inspirada neste vento meio friozinho que mais parece uma brisa forte e apressada, que adentra através da janela e te abraça gostosamente, com a mesma intimidade e paixão dos amores, quando se encontram...

E aí, não me permito esquecer que durante anos a fio, pedia repetidamente PAZ a Deus, mas que somente, quando me determinei a deixar literalmente morrer, através de cada abraço amoroso que recebi nesta Ilha abençoada, todas as dores das perdas, dos enganos, das inconsequências e, principalmente, quando em momentos diversos, fui alvo, da destruidora inveja, para finalmente, reconhecer nos toques das marolas mansas e mornas da praia, nos farfalhares dos coqueiros, nos cantos dos pássaros, no esplendor do sol cristalino aquecendo-me com sua luz, vi surgindo gradualmente o meu bendito renascimento, neste paraíso terreno que jamais deixarei de sentir um tantinho, também meu, gratificada a cada amanhecer, como um beijo coletivo das energias Divinas, deste fantástico universo.

Como então, posso sentir, demonstrar e escrever e até declarar senão, amor e a gratidão que de mim transborda?

Bendito seja o Deus, que me manteve forte e resistente para sobreviver ao inferno, para em seguida, aprender a reconhecer e vivenciar amando e me permitindo ser amada, sem falsos pudores, sorvendo a cada milionésimo de segundo, o tudo de bom desta inenarrável vida, que afinal, é o meu céu existencial.

E pensar, que dependia só de mim, ir jogando fora, as velhas e pesadas vestimentas, afinal, como garantiu Jesus; “Vinde a mim todos vós que sois aflitos e sobrecarregados e eu vos aliviarei. Tomai meu jugo sobre vós e aprendei comigo que sou dócil e humilde de coração e encontrareis o descanso de vossas almas; pois meu jugo é suave e meu fardo é leve”. Mateus 11: 28, 29 e 30.

Alegre e sereno dia, pra você que me lê...

Regina Carvalho- 2.5.2025 Itaparica


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