segunda-feira, 19 de maio de 2025

VISÃO DISTORCIDA DE SI...

Pensando em mim e na forma como me apresento ao mundo, ou seja, mais arredia, discreta e quase sempre silenciosa, mas incisiva com doses cavalares de ponderações lógicas quando, inquirida ou diante do imponderável, geralmente, choco a maioria, já que não se cultiva na “mente social” e consequentemente, na de cada pessoa, a franqueza honesta, a coesão inteligente, a análise respeitosa do diferente, a constatação do contrário ao bem comum.

Penso então, que viver e conviver são como refeições cotidianas, onde num só prato, são colocados alimentos diferenciados em cores, texturas, aromas e origens, mas que juntas, criam um sabor unificado e, geralmente saboroso, mesmo que à primeira vista se mostre como uma miscelânia.


Todavia, não é bem assim que funcionam os efeitos nas emoções, e aí, o que sinto, quero e aprecio, precisa constantemente ser moldado ao pensamento geral, tornando-nos quase que incapazes de exercermos o que somos, na mais original de nossas essências e necessidades viscerais, criando-se a partir daí, um novo determinante, incapaz  de saciar as ânsias internas, transformando nossas existências em flagelos continuados em aspectos diferenciados, mas com efeitos comuns, como tristezas e vazios que nada é capaz de preencher e aliviar de forma duradora, fazendo brotar falsos sorrisos, frágeis sucessos, constantes necessidades que são incapazes de amenizarem, o que em determinadas reflexões, concluí serem as dores do mundo, onde as consciências,  são brutalmente violadas, descaracterizando o que realmente se é, assim, como  esta caricatura se apresenta ao mundo.

Portanto, ainda não enxerguei outro caminho de restauro emocional que não seja, através de um resgate amoroso de si mesmo, utilizando -se da própria consciência, que tradicionalmente é entendida como a capacidade humana de perceber, interpretar e refletir sobre o mundo interno e externo. É a partir dela que se estabelecem julgamentos morais, decisões racionais e a noção do “eu”. No entanto, apesar de sua importância, a consciência não atua sozinha na determinação das ações e reações humanas, sendo necessario uma busca nos registros do inconsciente, já que exerce uma influência profunda sobre o comportamento, tais como; emoções reprimidas, traumas não resolvidos, desejos latentes e padrões de pensamento inconscientes que moldam muitas das nossas escolhas sem que tenhamos plena noção disso. Um gesto impulsivo, uma reação exagerada ou até mesmo, uma decisão aparentemente racional pode ter raízes profundas no que está para além da consciência.

Além disso, as normas culturais, valores partilhados e expectativas sociais moldam o comportamento desde a infância. O ser humano é um ser social por excelência, e a necessidade de aceitação e pertencimento influencia o modo como pensamos e agimos. Até quando, pensamos que estamos agindo por vontade própria, muitas vezes estamos apenas reproduzindo padrões culturais e sociais inseridos em nós.

Portanto, somos e agimos orientados por todo este celeiro repleto de complexos subsídios, assim, a consciência humana, pode ser o farol que orienta, mas é o inconsciente que alimenta o motor e os parâmetros sociais que definem as rotas possíveis.

Daí, minha paixão insistente quanto a revisão permanente dos valores oferecidos as crianças, principalmente em seus cinco primeiros anos de vida, onde então, é possível perceber-se uma maior e menos contaminada forma de enxergar e sentir o mundo e aí, oferecer a ela, uma formação social e emocional minimamente equilibrada, respeitando-se suas naturais formas de enxergarem a si e o universo ao seu redor, orientando-a, quanto as adaptações a necessária, através da observação de suas reações cognitivas, instruindo-a a perceber os sinais do perigo da própria violação, que fatalmente a transformará em uma pessoa que conviverá continuamente com a sensação e estar sendo violentamente estuprada, neste ou naquele aspecto, levando-me a crer, ser tão fundamental quanto, ensina-la a usar o peniquinho, a comer com a colher e a aprender as primeiras letras do alfabeto.

E aí, novamente como não lembrar de “Mateus 5-37, onde Jesus ensina a seriedade que deve haver em nossas palavras, e como o nosso falar não deve ser medido pelos nossos juramentos, mas sim por nossa integridade”.

Bom dia dona Regininha, são cinco horas da manhã de uma segunda feira, menos pelo amor de Deus...

Regina Carvalho-19.5.2025 Itaparica

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