Às vezes, como neste instante, escutando Beegie Adair - The Good Life: A Jazz Piano Tribute to Tony Bennett ,enquanto, mais uma deliciosa manhã Itaparicana desabrocha ao som dos sempre presentes pássaros e assim, cá estou neste paraíso, pensando no quanto, já escrevi ao longo de minha vida e no quanto, este habito em infindáveis momentos , serviu-me de precioso amparo, afinal, manteve-me umbilicalmente, ligada a minha realidade, não me permitindo escapulir para os sempre possíveis e nebulosos caminhos, onde a solidão, o medo e as decepções, tentam se refugiar, a contrário, cada letra escrita ou digitada, trouxeram as benditas asas de pássaros e borboletas, cujos passeios sempre tiveram um destino seguro na ida e na volta.
Quanto mais escrevo, mais constato, nada ter escrito, afinal, o meu mundinho sempre foi tão limitado, se comparado aos mundos além do meu e ainda, avaliar que em alguns momentos, achei que conhecia alguma verdade, sim, com certeza, talvez, a minha que nem sempre se sustentou, já que o próprio tempo com o somatório de novas experiências me tenha feito, reavaliar constantemente minhas certezas.
La fora, uma chuvinha fina, traz o cheirinho de grama recém cortada que invade o meu todo de esfomeada matinal, desejosa de um ovo frito na manteiga com torradas, sinal de que a minha cura, mais forte vai se tornando e esta, é a minha verdade pelo menos, por agora.
Sentir fome e ter como se alimentar, creio ser a mais preciosa verdade universal, todo o restante, será sempre, verdades e certezas individuais de todo aquele, incapaz de enxergar que o tudo mais existe, além de si mesmo.
Regina Carvalho- 29.5.2025 Itaparica
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