BRUXA?

Nem sei se ela, minha Anna Paula, se lembra dos muitos apelidos que me deu, como por exemplo; águia, general e por último, bruxa.

Aliás, General, também meu Roberto, vez por outra, assim me chamava e ela, deve ter ouvido e por isso, replicava, já o “dona bruxa”, me acompanhou desde jovem, tudo porque, eu identificava uma mentira ou intenção de alguém a distância.

Os olhos, assim como as vibrações, sempre foram linguagens silenciosas que me chegavam, sem disfarces e aí, fazer o quê, né?

Não que tenha me favorecido, todavia, reconheço ter sido o fator determinante para despertar o meu interesse em querer entender porque, geralmente, fala-se o que não se pratica, agindo em quase total discordância ao que realmente se está pensando, num disfarce continuado que, afinal, exaure, frustra e adoece.

Por outro lado, tão envolvida sempre estive em relação ao outro e seus disfarces, que me esqueci de criar, algum mecanismo de proteção e aí, tornei-me minha própria espada a degolar-me, afinal, o mundo da convivência entre os humanos, jamais esteve preparada ou mesmo disposta a aceitar o apenas, natural e espontâneo e a prova mais contundente desta premissa é a sua sistemática maculação em relação a natureza que é a sua fonte insubstituível de vida, invadindo, enodoando, sujando, destruindo  ou, simplesmente desconsiderando, fingindo pra si mesmo, tratar-se de coisa menor, tudo quanto, possa olhar, pisar e tocar desta natureza absolutamente, autentica.

Portanto, concluo, tendo como base as reações da própria natureza, que estas atitudes surreais a uma avaliação lógica, se deve unicamente ao medo da resiliência e capacidade em se auto regenerar que a mesma, incansavelmente apresenta, sempre no comando de si, atitude psicoemocional, raramente encontrada nas pessoas.

Regina Carvalho-5.01.2025 Itaparica