Hoje, amanheci como de hábito repleta de sons, aromas e cores e naturalmente grata, afinal, eu “ainda estou aqui” (sem Oscar), mas absolutamente consciente da magnitude do fato de ainda estar gozando das delícias desta vida que nem sempre percebi a sua importância, chegando até mesmo, a sequer lembrar de sua existência, acreditando que a roupa, a casa, os cabelos, a maquiagem, o carro, a política, a conta no banco eram assim, as importâncias que eu deveria me ater.
Pois é...
Mas voltando ao aqui e agora deste amanhecer, foco-me na preguiça mental que leva inevitavelmente à acomodação do raciocínio e este, ao descredenciamento crítico e assim, formam-se os bolsões cada vez maiores de vampiros existenciais que sobrevivem das aceitações, com o consolo de que a “vida é assim” num convencimento generalizado de que nada se pode verdadeiramente fazer para reverter tudo quanto, flagela.
Será mesmo impossível?
Talvez o seja, na medida em que somos massa circunstancialmente autônoma para votar, aplaudir, encher estádios e, etc, e tal, mas absolutamente solitário quando a causa está relacionada aos direitos individuais que na realidade, não os são, já que suas deficiências atingem um sem número de outros.
Penso nisto, quando lembro dos serviços da EMBASA em Itaparica e Vera Cruz, cuja deficiência é notoriamente histórica e vergonhosa, levando o povo a uma constante precariedade, principalmente nos períodos de maior demanda de seus serviços.
E aí, o que fazer se nem as autoridades locais, jamais tiveram pulso ou prestígio com autoridades maiores para sanarem este problemão, inclusive de saúde pública, pois, envolve higiene.
Conversê com gerente, é só mais um “me engana” que acontece a cada verão e nada acontece, afinal, ele nada pode fazer, pois, não passa de mais um empregado a serviço do patrão, repleto de limitações.
E aí, penso nas festas no Campo Formoso que arrastam milhares de cidadãos que unidos, suam roupas e gastam solas de sapatos em prol de rebolarem seus corpos, mas que jamais se unem para atacar a referida empresa, no ponto que mais a fará doer que é unicamente o bolso.
Buscar a parceria do MP seria até bom para que justificasse sua existência e seus salários. Afinal, se as pessoas por meio de um processo público depositassem o valor de seus boletos em uma conta, os serviços não poderiam ser suspensos, mas a EMBASA só poderia sacar, mediante a execução de obras que viessem a atender dignamente a população.
Este mesmo procedimento deveria ser feito em relação ao IPTU e aos demais serviços precários que são sistematicamente oferecidos ao povo em geral.
Todavia, haveria de ter os espertinhos que se aproveitariam da situação, justo para não honrarem com os compromissos mensais.
Assim como existem espertinhos ou neófitos que aplaudem e até, ofendem ou matam na defesa de políticos deste ou daquele político também de ocasião.
Enfim, não temos educação cidadã e muito menos cívica, sem esquecer que somos um poço profundo de individualidade, não nos entendemos sequer numa reunião de condomínio, portanto, sem qualquer maior senso de união pública.
Então, que continuemos a crer que vereadores ocasionais resolverão o problema, mesmo sabendo que os mesmos não terão sucesso, já que sequer conseguem que os prefeitos resolvam o absurdo e sério problema do lixo exposto a céu aberto e outros procedimentos que rolam a revelia do bem comum de gestão em gestão.
"Viva a água da bica, pelo menos de sede por aqui não se morre".
Regina Carvalho- 28.01.2025 Itaparica
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