Partindo desta premissa, tudo se resumiria numa única forma de aprendizado que dependeria tão somente da capacidade individual em assimilar as questões que se apresentam e em seguida, analisá-las e então, fazer uma escolha.
Todavia, sabe-se que não é só isso, afinal, existem fatores que interferem na qualidade não só da análise, como das escolhas, pois, existe um tudo mais fortemente determinante no antes e durante a existência da criatura humana, que independe diretamente da sua escolha, ficando por conta das circunstâncias cotidianas, sejam culturais, educacionais, das realidades sistêmicas, das influências genéticas com precárias formações cerebrais e principalmente dos sistemas políticos implantados que nem sempre, se coadunam com o que pregam e com o que se necessita prioritariamente.
Concluí, que seria muito simplista atribuir as consequências vivenciais a tão somente, uma questão de escolha pessoal, já que não posso desconsiderar as formas cruéis que crianças são trucidadas em formas variadas no cotidiano das cidades ou nas guerras, sem sequer terem idade e todos os demais atributos para procederem a qualquer escolha e consequente defesa.
Culpar o Diabo, assim como consolar-se, credo ter sido a vontade de Deus, seria coloca-los no mesmo patamar de desalmados.
Portanto, creio que cada ser humano, sempre estará exposto de uma forma ou de outra ao meio, as condições onde desenvolve o seu físico e intelecto, assim, como será afetado e influenciado emocionalmente pelas escolhas alheias, levando-me a crer não existirem escolhas boas ou ruins em sua totalidade e sim, aspectos circunstanciais, cujos efeitos podem afetar negativamente na existência do outro, justificando-se os meios para garantirem-se os fins.
Daí, a minha insistência em se repassar as crianças a importância da vida e o seu papel de integração e interação na mesma, despertando nela a curiosidade, assim, como a grandeza de se perceber parte fundamental do todo que possa enxergar, tocar, saborear, mas acima de tudo, sentir, a partir de si mesma.
Acredito que sem o aprimoramento dos cinco sentidos, não poderá haver nenhum movimento sustentável que se complete harmoniosamente, num respeito ao tudo do todo, abrindo espaço para que a lógica racional possa se desenvolver com equilíbrio, razão e amor.
Penso que toda mudança que se mostre necessária nos hábitos do povo de qualquer localidade, necessita que haja um reforço na base estrutural das visões e práticas educacionais e institucionais.
Já está provado pelo fracasso que se mostra a cada instante, com a morte prematura e contínua das vidas diversificadas, do meio ambiente e do planeta, que nenhum projeto de grande ou médio porte a favor da manutenção da qualidade da vida de um modo geral terá êxito, por mais méritos que apresente, se não houver uma tenaz reviravolta dos velhos e corroídos hábitos.
Afinal, de que adianta macerar-se os miolos com a salvação do planeta, se sequer há entendimento dos males que se causa individualmente, coletivamente e institucionalmente a si e ao tudo mais, seja nas habitações, nas comunidades, nas cidades, estado e país, por menores que sejam?
Como primeiro e fundamental passo para se falar ,pensar e planejar a sustentabilidade humana e ambiental, creio que deveria partir das gestões municipais, estaduais e federais, ações nas quais, houvesse através do real e consistente recolhimento do lixo, dando a ele, destino renovável, assim, como um direcionamento sério em relação ao saneamento básico das residências, comércios e industrias e concomitantemente, criarem modelos educacionais através da disciplina sustentabilidade" que estivesse presente com o mesmo rigor seletivo da matemática e do português, aplicada desde o fundamental até os cursos superiores.
Tanto uma nova construção como uma restauração, demanda tempo, planejamento, competência e acima de tudo dedicação e no caso das gestões, disposição política.
Congressos, Conferências, seminários locais só fazem sentido em uma cidade, se os entendimentos e os acordos, imediatamente se transformem em ações práticas, independentemente da ligação umbilical com as esferas estaduais e federais, fazendo entrarem em cena os tão somente, prestígios e acordos políticos, já tão largamente usados para outros interesses, nem sempre em benefício direto do povo e muito menos da sustentabilidade da vida.
Aplaudir os doutores palestrantes e autoridades presentes muito nos engrandece em relação as novas ideias e ideais de vida sustentável, reencontrar velhos amigos e militantes das causas sociais, políticas e humanas, infla a nossa vaidade e espirito participativo, portanto, será sempre um prazer, degustar os deliciosos e fartos coffee break, sempre com delícias para serem saboreados, mas a cada final, saímos com a sensação que disfarçamos, mas que nos convence intimamente do pouco ou quase nada que verdadeiramente será aplicado, ficando estes encontros como consolos promovidos pelo governo Federal para que não nos sintamos inúteis e possamos de queixo levantado e peito estufado dizermos: “FIZ A MINHA PARTE”
Isso ocorre anualmente em outros aspectos como nas áreas da saúde e educação.
Restando como alterações que nos chegam a conta-gotas, apenas, aquelas determinadas pelo governo Federal, sob influência dos interesses acordados com grupos dominantes e outros países.
Regina Carvalho- 14.01.2025 Itaparica
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