sexta-feira, 3 de janeiro de 2025

INDIFERENÇA, JAMAIS...

Hoje, neste início de um novo ano, amanheci com a música “Dia Branco” de Geraldo Azevedo, que para mim, é bem próxima da realidade que observei entre meus pais em minha juventude e que depois, vivenciei ao longo de toda a minha vida, juntamente com o meu Roberto.

Imediatamente, penso na minha amada amiga desde a juventude Consuelo que insiste em dizer-me; deixe-o descansar, pare de retê-lo ao seu lado, desapegue-se, etc. e tal.

Como se fosse possível desapegar-me de uma parte de mim...


Quando se vive ao lado de alguém que ao longo do tempo, passa a ser mais que marido ou mulher para se tornar, amigo, irmão, enfermeiro, bombeiro, eletricista, cumplice, assim, como tudo quanto, seja possível numa convivência, deixamos de ser duas pessoas, para nos tornarmos uma só célula de vida psíquica e emocional em dois corpos distintos.

Quando citei as qualificações domésticas, fiz uma analogia tendo um objetivo amorosamente comparativo, afinal, infinitas foram as ocasiões em que precisamos um do outro para fazermos curativos físicos e emocionais, assim como quando, nossos ânimos de acirravam, soltando labaredas, o bombeiro paciente, mas acima de tudo competente e apaziguador das chamas que se não debeladas, poderiam causar danos irreversíveis, assim como quando, alguma lâmpada se apagava, lá estávamos como eletricistas, revisando a rede elétrica de nossas posturas, muitas vezes, precisando trocar algum fusível danificado em prol da bendita luz e da segurança que não poderia se apagar.

Diante de tantos incêndio que causam ferimentos e mortes, e até mesmo, uma acomodação que entristece e faz adoecer a ambos nos relacionamentos, precisar-se- ia que antes de qualquer tipo de união, creio, baseada na minha própria experiência e nas muitas observações ao meu redor, que certos conhecimentos técnicos, são tão preciosos quanto o tesão e o romantismo, se é que ainda existem nas suas plenitudes, já que quando, estes deixa de serem os protagonistas, por pura incompetência de ambas as partes, pois, são as emoções mais gratificantes desta vida, a razão deve ser como um maçarico gerando calor, afim de ligar os fios soltos, crendo que o mais necessário seja, portanto, o eletricista, que afinal, é aquele que prevê um possível curto e que sugere alternativas, evitando-se assim, a presença do bombeiro que quando chega, certamente, apaga o fogo, mas nem sempre pode evitar os danos irreversíveis.

Regina Carvalho- 3.01.2025- Itaparica

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