segunda-feira, 10 de junho de 2024

HISTÓRIA OU DISCURSO?

Amanheci pensando na minha predileção pelas biografias e ai, ouvindo por puro acaso em um passeio pelos "Stories" do "Facebook", parte de uma entrevista com a atriz Denise Fraga, detenho-me em sua afirmativa sobre o seu prazer em conhecer historias e aí, minha mente agilíssima, logo captou a mensagem e a relacionou com o meu sempre prazer em mergulhar nas histórias pessoais que exercem sobre mim, um incrível fascínio, já que por algum motivo que eu credito à minha paixão pela vida, desde muito jovem, pressenti um vasto arquivo de emoções, contidas em cada uma.

Portanto, é bem possível a qualquer pessoa mais atenta, perceber a atenção que disponibilizo, ouvindo e atendo-me ao gestual de outra que, por ventura, seja alvo de destaque. Faço involuntariamente, numa incrível atração, numa busca curiosa do que existe por trás do personagem apresentado, que ao longo de minha vivência, foi me mostrando um rico e variado acervo sem copias e intransferíveis, apesar de parecidas e que, serviram-me de aprendizados múltiplos, assim, como inspirações.


Fui percebendo, na medida em que fui amadurecendo a minha relação cognitiva com as reações de minhas próprias emoções, que o que eu, pensara ser uma lentidão perceptiva, constatando e agora, mais nítido do que nunca que, foi e é, um artificio de proteção, já que reconhecidamente, sou espontânea e passional.

Estas são duas características de personalidade, altamente perigosas que, geralmente, assustam e provocam recuos dos demais que a sete chaves, resguardam-se de qualquer luz mais intensa que possa colocar em cena, suas mais bem resguardadas realidades, deixando transparecerem tão somente, seus discursos previamente adaptados as circunstâncias que se apresentam, empanando assim, qualquer palpável verdade em relação as suas reais intenções.

Nossa!!! Bom dia dona Regina... 

Concluo que esta é uma das razões que paulatinamente, as histórias pessoais a cada dia, estão sendo substituídas pelos discursos com ênfase às aparências, cascas finas que como invólucros coloridos ou não, estão, generalizando o apenas aparente, transformando as convivências em relações casuais e transitórias ou em falsamente duradoras, sem maiores e agregativos conteúdos, transformando a preciosa chance de se estar vivendo, num apenas, exercício cotidiano em aferventar alienações e leviandades.

A Pandemia da COVID, além de adoecer e matar milhões de pessoas mundo afora, foi um gigantesco teste selecionador, já que forçou a convivência familiar de forma isolada de um dia para outro, jogando por terra uma programação de convivência, devidamente adaptada a conveniência de cada pessoa, fazendo aflorar com intensidade, desejos e paixões, frustrações e a constatação da mais profunda solidão.

Chega, deixa de ser chata!!!

Hoje é domingo dona Regina, vá caçar o que fazer...

Regina Carvalho- 09.06.2024 Itaparica.

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