segunda-feira, 3 de junho de 2024

EU NÃO GOSTO E MUITO MENOS QUERO

...não pode me transformar numa carrasca impiedosa, sempre com a capacidade em oferecer o golpe fatal a tudo e a todos que não aprovo.

Penso que para ressaltar as minhas preferências, não necessariamente, preciso compará-las com o tudo mais, assim, como não preciso ter amplo conhecimento do que de alguma forma rejeito ou não aprovo.

Esse hábito comportamental mais parece uma doença que quando toma conta de alguém, imediatamente faz dela uma separatista, sempre pronta às comparações, onde o que “acha e aprova” é sempre o melhor.  Este comportamento, creio ser a mais bruta forma de preconceito, onde o que o outro aprova é totalmente ignorado.

Ora bolas, eu não preciso destruir o trabalho musical, político e amoroso do outro, para argumentar sobre o que acredito ser de melhor qualidade, todavia, a cada dia, percebo que está mais difícil manter-me fiel as minhas preferências sem que corra o risco de ser execrada de alguma forma, sem qualquer direito de defesa, sempre  me expondo ainda mais a todas as formas de brutalidade ofensiva.

De repente, o outro que por alguma razão rejeito, passa a ser a minha obsessão, onde deposito minhas opressões pessoais, num exercício doentio de impor o que penso ou o que apenas acho, sem qualquer fundamento que não seja o que melhor me convém.

Nunca dantes fomos tão abusivamente manipulados e assim, como um tudo mais que nos é incutido por todo o tempo, sorrateiramente pelas mídias, delineando as formas de nos comportarmos, ao ponto de amanhecemos e adormecemos numa falsa seleção de qualidade, já que, os mecanismos que nos intui, não são os nossos sentido em plena atividade cognitiva, mas uma mídia abusiva que por todo o tempo, só pensa nela e no quanto, precisa arregimentar tolos e distraídos, afim de que, possa se manter no topo das evidências e é claro, numa escala de um faturamento, sempre crescente.

Neste círculo indutivo e altamente vicioso, vamos perdendo o senso dos limites e adentrando abusivamente na forma de ser do outro, sem qualquer motivação à um diálogo, onde haja uma saudável troca de preferências, mas sim, numa constante batalha impositiva das verdades absolutas.

Pense nisto, quando quiser exaltar uma ideia, preferência ou visão sobre algo ou alguém e tente, exercitar argumentos que sejam agregativos, baseados num bom senso que possa ser útil a amplitude da visão de outros, ao invés, que querer enfiar goela abaixo de quem te ouve ou lê, a tua visão sobre qualquer coisa.

Regina Carvalho- 03.06.2024 Itaparica

É preciso ter em mente o velho e sábio proverbio popular que diz:



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