...como as mangas muito maduras que tantas vezes, testemunhei aqui no jardim, nos verões itaparicanos.
Algumas se racham, mas outras, mais sortudas, apenas, lesam-se superficialmente e eu, faço parte destas privilegiadas, se bem, que elas não sentem o que estou sentindo, como se o meu corpo tivesse sido moido num triturador.
Um segundo entre o tropeço no degrau e a chegada intempestiva ao chão, quando, então, nada foi possível pensar e uma vez, estatelada, só restou o esforço doído de levantar lentamente, apalpando-me em busca de algum osso quebrado, felizmente, não encontrando nenhum...
Passado o susto, inevitável não pensar na vulnerabilidade da vida, capaz de um instante ao outro, simplesmente, como uma aragem, a luz apagar.
Se assim tivesse ocorrido, agora, neste instante em que faço a narrativa, constato nada pendente, teria deixado, afinal, a cada dia, abro espaço em minha vida para novas e surpreendentes expectativas, jamais esquecendo de fechar amorosamente, as benditas portas que sempre estiveram abertas para mim...
Regina Carvalho- 27.06.2024 Itaparica
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