Depois, de dormir por nove horas seguidas, o que é um assombro pra mim, acordei pensando que todas as mudanças radicais e significativas na vida de uma pessoa e na sociedade, não ocorrem de um instante para o outro e sim, num processo lento e em sua maioria imperceptível a compreensão da maioria das pessoas que estão envolvidas com assuntos visíveis com os quais, precisam lidar e superar em seus cotidianos.
Penso então, que o início do esfarelamento familiar e que abriu portas e janelas para a violência absurda existente, até mesmo, nas mais pequenas e longínquas localidades, teve como ponto de partida a irradicação da bênção oferecida aos filhos, momentos onde a mesma, reservava em si, um colóquio amoroso entre pais e filhos, garantindo a certeza subtendida da busca de uma proteção, assim, como garantia aos pais, uma constante reverência a importância que os mesmos representavam na vida de cada filho, mesmo que o ato, parecesse mecânico.
Bença mãe, Bença pai!!!
Deus esteja contigo, meu filho(a)...
Ao pedir a bênção aos pais, havia implícito uma demonstração de respeito a figura hierárquica doméstica, aliada a certeza psíquica de uma segurança e proteção inigualável, frente a qualquer outra demonstração vivencial.
Em momento algum, descartei as exceções, referentes as distorções familiares, tanto quanto, seus efeitos danificadores de base, todavia, as avaliações, não podem ter como ponto de partida argumentativa os casos que extrapolam o senso comum.
Existirão, milhares de argumentos que irão rebater esta minha observação, todavia, nenhuma delas, será capaz de jogar por terra a premissa verdadeira e comprovável de que, não só a família se desmantelou por esta e um somatório de fatores internos e externos na sua essência de base educacional, como a partir da aceitação da quebra desta divisão hierárquica, criou-se um igualitarismo sem qualquer sentido prático e acima de tudo lógico, afinal, filhos, sempre precisarão do amparo familiar, quanto, ao fortalecimento emocional de sua estrutura psíquica, afim de se sentirem mais estruturados no enfrentamento externo.
O reconhecimento dos limites de qualquer ordem, tinha como ponto de partida o aprendizado doméstico, que os filhos sentiam e respeitavam como seus “lares”, onde em meio as infinitas diferenças de gerações e alterações culturais e sistêmicas, permanecia inalterado no sentido básico de amparo e segurança.
Eu, estaria mais engajada no mundo moderno e até mesmo, ganhando dinheiro, se direcionasse minha mente a pesquisar sobre os interesses da maioria que busca respostas imediatas com efeitos emocionais instantâneos, mas não posso...Desculpem.
Regina Carvalho- 22.06.2024 - Itaparica
Nenhum comentário:
Postar um comentário