Acho muito lindas
as manifestações cívicas que observo e aprendi a apreciar ao longo dos meus
quase vinte anos de Itaparica, todavia, jamais me conformei com o imediato esquecimento
de seus propósitos, não havendo um só ano em que o espírito de irmandade que
prevaleceu na defesa territorial destas bravas guerreiras e guerreiros, se impregnasse
nos cidadãos, fazendo-os mais realistas na constatação dos abandonos
propiciados por seus governantes, por eles, legitimamente escolhidos.
Os novos
hábitos absorvidos de outras paragens, os anseios em copiar os modismos
alheios, sempre muito atrativos, foram aos poucos enfraquecendo o espírito
aguerrido do povo, tornando-os menos defensores de seu território como um todo
e muito mais focados em protegerem-se, das agressões individuais que,
nitidamente se tornaram mais constantes.
E os
símbolos que deveriam ser estímulos à cidadania, passaram a ser tão somente, recortes
de um passado longínquos, relembrados pontualmente em dias festivos e discursos
políticos eleitoreiros e o sentimento de cidadão protetor, deu lugar a um
somente, bairrismo pseudo cultural, sem qualquer maior amparo consciente do que
seja o bendito senso de pertencimento.
Só enxergo
um caminho de reversão que é através da bendita educação formal, estendida à
doméstica, com projetos de integração da família à escola, numa interação
comunitária, resgatando valores e criando e desenvolvendo meios agregativos
locais, mas com a visão ampliada ao todo.
O exercício
da pratica da cidadania só se faz exitosa, se for colocada como mais um hábito
de vivência cotidiana.
Portanto,
não creio que haja um projeto mais importante para ser galgado por um político
que almeje um cargo público que, buscar alterar o sistema educacional da
região, adaptando um novo conceito de visão existencial à cada aluno, fazendo
dele, um agente cuidador de sua comunidade, tendo em vista a criação e
manutenção de uma melhor e mais segura qualidade de vida que seja extensiva à
todos.
Cada
professor precisa se qualificado à esta nova função, assim como os serviços
sociais e de saúde, precisam caminhar juntos, respeitando as suas especificidades,
mas direcionados a um único resultado.
Essa é uma
ambição de médio e longo prazo, mas que começa mostrando resultados no aqui
agora, pois, em primeiro plano, dará uma sacudidela no atavismo que ora se
apresenta, instigando os agentes cuidadores dos sujeitos, há novas perspectivas.
Como pré-candidata
a vereança da cidade, sinto-me constrangida em pedir votos aos cidadãos que
constantemente são cooptados, afim de ofertarem seus votos, sem que obtenham o
merecido retorno.
A
desproporção social reinante é no mínimo ofensiva e extremamente maldosa.
É preciso
que lutemos para que todos os cidadãos de Itaparica, usufruam dos mesmos
direitos de retorno social, sem que haja a classificação diferenciada denominada
de “CARENTE”.
Somos uma
cidade pequena e é humanamente impossível que continuemos alimentando a desigualdade
nas proporções que ora se encontra.
Não precisamos
de milagres ou de salvadores pontuais, apenas de projetos e pessoas
comprometidas em aplica-los, direcionando cada centavo do erário público para o
bem estar de todos, sem gastos desnecessários, compras e contratações
abomináveis à realidade do município, firulas, desculpas e muito menos das eternas
promessas que jamais se cumprem, pois, quem as faz, não tem qualificação que a
garanta.
Amigo e
parente devemos convidar sempre para um churrasco, mas para vereador e prefeito,
precisamos de pessoas que tenham vocação às causas públicas, para que possamos
com respeito e liberdade, cobrar as constantes demandas.
Quem teve
a oportunidade de operar mudanças, seja lá em que função pública e não o fez,
porque o fará agora?
Precisamos
renovar, acreditando que tudo é possível se não pararmos de buscar o melhor
para nossas vidas.
A fidelidade
de um gestor legislativo, há de ser sempre ao povo e a ninguém mais.