HOUVE
UM TEMPO, e não faz muito tempo e que não era
melhor e tão pouco pior que os tempos de agora, aonde não se afirmava, num quase desprezo contínuo, o
não se precisar de alguém e muito menos de suas opiniões, já que se é dono de
sua própria vida e fazendo dela o que bem entender.
O que empiricamente,
não condiz com a verdade dos fatos, pois de uma forma ou de outra, nos
educamos, nos vestimos e nos unimos seja lá com quem for, justo, porque
precisamos da aprovação alheia.
Há uma
necessidade íntima de afirmação pessoal, mas que na realidade, mais parecem
gritos de socorro de uma sociedade que, a cada dia, mais se vê isolada, num suposto
empoderamento individual.
Pense nisso,
quando afirmar que não precisa de ninguém, afinal, não estaria fazendo de seus
esforços pessoais de sobrevivência social uma bandeira de afrontamento aos
demais, porque percebe assombrada que a cada instante mais e mais a solidão lhe
ronda?
O carnaval
chegou e com ele, tal qual, a Pascoa, o Natal e o Ano Novo, as pontuais alegrias,
fraternidades e uniões, também, num instantâneo hiato da realidade que, constante,
dura e sem piedade vem bater à porta, na quarta-feira de cinzas.
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