domingo, 16 de fevereiro de 2020

DIFÍCEIS CAOS...



Entra dia e sai dia e não mais se vê bons exemplos no cotidiano sendo alardeado pela mídia, a não ser, é claro, em programas pontuais, quando o assunto são os trabalhos sociais de ongs, fundações e correlatos.
Refiro-me aos exemplos individuais, e aí, faço um parêntese para nortear o objetivo desta escrita, que é focar no exemplo de ações individuais, caso contrário, daqui a pouco, não faltarão os especialistas de plantão que logo farão correlação com as ações oriundas de pessoas políticas, exaltando seus espíritos magnânimos.
Também, não me refiro a aquelas pessoas que com suas próprias ações pessoais, mais que doarem algo aos demais, doam-se e, agindo desta forma, ultrapassam a barreira do apenas ato terreno e adentram na superfície da universalidade, e para ser compreendida, cito Irmã Dulce, por ser uma figura mais conhecida e próxima da maioria dos que me leem. 
Penso e escrevo sobre o simples ato de vivenciar a vida, carregando através de suas posturas pessoais, ações e intenções agregativas e que, por consequência, inspiram a outras a querer ser como ela e que mesmo que inconscientemente, copiam parte dela, tornando-se imediatamente, exemplos para outros.
O mundo está repleto de pessoas inspiradoras, mas por agregarem em si a discrição pessoal, deixam também reduzidas as propagandas das suas ações inspiradoras, pois é sabido que também o que não faltam são as cópias piratas que pongam nos belos exemplos para, de alguma forma, arrastar algum tipo de brilho para si. 
E aí, fico pensando que esta perda é incomensurável, pois estabeleceu-se como critério avaliativo, o feio, o pejorativo ou, tão somente, o impactante, aquilo que atrai os holofotes e as atenções imediatas, num frenesi alucinado que precisa ser substituído a cada instante, por algo ainda mais emocionante, pois a leviandade é sempre crescente.

Liga-se a televisão e lá estão os famosos apresentadores com seus quadros de supostas solidariedades, transformando-os em semideuses intocáveis, arrancando lagrimas de emoções de cada um de nós, mas também auferindo a eles, além de um estrondoso sucesso em suas carreiras e vida pessoal, muitos milhões para suas contas bancárias.
Afora esses exemplos citados, aonde mesmo podemos encontrar exemplos inspiradores em relação à solidariedade humana?
E ao menos de verdade, podemos admitir que, ao vê-los, saberíamos reconhece-los?
Na realidade, nos acostumamos a reconhecer o brilho que seduz, afinal, há muito se sabe da importância do impacto da ação emocional em relação a imediata reação e é esta premissa verdadeira que oferece não só o Ibope expressivo, como dita comportamentos de massa.
Repare que nas novelas, livros, filmes ou narrativas, o bonzinho é sempre um babacão doce e quase sem expressão, enquanto, o mau caráter, faz um sucesso absurdo, tornando-se inesquecível.
Porém, apesar de inesquecíveis, também são fontes inspiradoras, estimuladores persistentes que adentram nas mentes, estimulando-as a quererem ser iguais e numa competição, é claro que os bons saem perdendo; vejam que nas campanhas políticas ganha, na maioria das vezes, aquele que mais critica o antecessor, mais promete mudanças e mais tem carisma para convencer, não sendo necessariamente o realmente competente que se mostrava.
Fico pensando que realmente está difícil evitar-se os caos urbanos e suburbanos, já que só o deplorável faz sucesso.





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