quarta-feira, 5 de fevereiro de 2020

PRA ONDE FOI?



Continuo procurando essa tal de elegância física e mental, que simplesmente saiu de circulação, assim como tantas outras importantes conquistas desta humanidade inquieta.
Alguém saberia informar para onde foi?
Tenho tentado exaustivamente encontra-la naqueles profissionais que eram referências, como professores, médicos, juízes, padres, reitores e políticos, que jamais foram perfeitos, mas que sabiam da importância de suas posições na sociedade e do quanto, representavam como exemplos para os demais, evitando a todo custo deixarem aflorar os seus lados menos adequados.  
Confesso que tem sido uma luta insana, pois parece que a pressa em acompanhar o ritmo frenético do mundo sistêmico, não abre mais espaço para a educação doméstica, caminho único deste fundamental aprendizado, que é determinante quanto a assimilação da ética e do moral, mental e postural.
Elegância, não se aprende nas escolas e sim se aperfeiçoa, fazendo-a ganhar corpo e força de presença para determinar uma trajetória suave, porem marcante na vida de qualquer pessoa.
Elegância no falar, andar, pensar, reagir e se relacionar, sem que haja, necessariamente, recursos financeiros, pois é um aperfeiçoamento cognitivo, amparado no senso de respeito a si e aos demais, que são repassados através dos exemplos domésticos de elegância pessoal e não de valores bancários ou vestimentas caras.
Ainda me lembro, e não faz assim tanto tempo que pobreza jamais era desculpa para o desmazelo de qualquer natureza, muito pelo contrário.
A família foi rachada, adulterada e enfraquecida e com tantas alterações em nome da modernidade, acabou perdendo a essência de sua originalidade.
Bendita elegância, rara de ser encontrada, irmã da tolerância, filha do respeito e prima da conciliação?
Aonde estás que não te encontro?
Provavelmente, estás no ostracismo de tão somente, uma bela lembrança, sem utilidade prática, afinal, os novos tempos e as inversões dos valores que te estruturavam foram brutalmente descaracterizados.
Não faz muito tempo, ainda me lembro do quanto era bom, conviver contigo.

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