sábado, 15 de fevereiro de 2020

ESQUISITA...


Sou mesmo, pois não gosto de olhar vitrines, frequentar a casa alheia, nem mesmo de parentes, ouvir ou falar da vida dos outros, vigiar a rua e os movimentos dos vizinhos, comer em pé em lanchonetes, deixar gavetas e portas abertas, louça suja dentro ou sobre a bancada da cozinha, toalhas molhadas espalhadas sobre camas e cadeiras, sapatos e chinelos largados pela casa (que o diga minha filha, Anna Paula), unhas e mãos, sem estarem devidamente limpas, e dentre outras milhares de manias, hoje, consideradas fora de moda, ultrapassadas e démodé, certamente, discutir com fanáticos, seja lá do que for, me causa arrepios, pois não consigo compreender as lógicas deles em desconsiderarem os contextos negativos, com pontuais justificativas positivas, afinal, “dois pesos e duas medidas “em relação aos casos semelhantes, assim como as falácias sistemáticas, são as tônicas de seus argumentos.
Sou esquisita, pois acredito que viver é o maior privilégio e minha maior devoção será sempre, unicamente, à vida e à tudo que nela existir que seja justo e benéfico a todos, não contrariando o diferente, mas jamais deixando-o atropelar as minhas esquisitices.
E se tem algo que o diferente costuma fazer é querer impor as suas verdades, que mais que esquisitices, são armas poderosas que tentam e muitas vezes conseguem, anular a paz alheia, ainda mais se for esquisitices partidárias ou religiosas.
Concluo, portanto, que devemos ficar cada qual, com as nossas esquisitices, sem, no entanto, enfiar goela abaixo de quem quer que seja.
Justo, não é mesmo?

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