Estou aqui
pensando na incoerência que seguidamente cometemos em nossas avaliações e no
quanto, as boas e recomendáveis ações, são criticadas e rotuladas, quando
deveriam ser referências a ser copiadas.
No entanto,
aplaudimos e idolatramos um político que aplica devidamente os recursos públicos,
mantendo uma assistência social ativa, uma saúde respeitosa, uma educação digna
e progressiva, uma infraestrutura atendendo as necessidades do povo e cumprindo
o seu dever, rigorosamente pago com recursos públicos (dinheiro dos pagadores
de impostos).
Mas se um
alguém, seja lá quem for, faz uma, digamos, boa ação e se ela for realizada em
ano eleitoral, e cai na bobagem de contar ou divulgar, caímos de pau, sem
sequer reconhecermos que esta boa ação foi feita com recursos próprios, e aí,
lançamos ditados populares, citações bíblicas, enfim, tudo que desmereça o bem
feito daquela pessoa, num juízo de direito sem qualquer base que não seja o
preconceito e a inveja.
Ou seja: - político
pode com o nosso dinheiro charlar, ostentar, autopromover, mas candidato com o
próprio recurso, fruto de seu trabalho, está é se exibindo.
Se nosso
vizinho ou parente compra um carro, uma casa, faz viagens e triplica seu
patrimônio, é exibido e com certeza está fazendo algo errado, e dizemos: - “só
trabalhando é que não foi“, e até nos comparamos à ele, esquecendo-nos das
devidas diferenças existentes entre nós, em inúmeros aspectos práticos.
Todavia, se
é um vereador, prefeito, deputado,
senador , governador e até mesmo presidente da república, fingimos que não
estamos vendo ou achamos na maior idiotice que é normal, fruto de seus
salários, como se dobrar o patrimônio em 4 ou 8 anos, fosse fácil e ainda mais
com um salário base, igualzinho ao seu ou de grande parte de outros, que na
maioria das vezes, só tem uma casa porque acreditou que conseguiria trabalhar
para pagar o financiamento em 30 anos.
Gostaria de
entender este mecanismo mental que nos foi incutido ao longo da história da
humanidade e que nos mantém idiotizados e, ao mesmo tempo, acreditando que
somos os máximos nisso ou naquilo, menos na capacidade avaliativa, quando o
assunto envolve o poder público, que pagamos e aplaudimos por estar nos lesando
na maior cara de pau, através de contas sempre muito bem aprovadas por equipes
de especialistas políticos ou carreiristas públicos que, por sua vez, fingem ou,
o que é pior, estão sendo aliciados a acreditar nas honestas transparências.
Pois é, mas
se contumazes escrevinhadores como eu ousam pensar diferente e se, ainda por
cima, utilizam o termo “denegrir”, logo surgem os especialistas em etimologia
para nos mostrar a origem da palavra e sua conotação preconceituosa, matando com
uma só paulada, todo o sentido do contexto, mas conseguem manter uma visão
míope ideológica para justificarem todas as bandalheiras de um partido político,
que desviou através de seus mandatários e correligionários, nem mais nem menos
do que os que antecederam, apenas, foram mais ferozes, institucionalizando o hábito milenar de roubar dinheiro público, transformando
o latrocínio (pois, cada centavo roubado, com certeza matou inúmeras pessoas
pela falta do seu direito mais básico), numa prática usual e, portanto, banal
ao ponto de acreditar-se que se o político está fazendo isto ou aquilo, merece
tudo, inclusive nos fazer de trouxas assumidos e juramentados e, o que é ainda
pior, com canudo em riste de títulos acadêmicos, detentores da sabedoria
vermelha.
Outro absurdo
exemplo é acharmos maravilhoso pagar-se milhares de reais a uma banda famosa ou
cantor da atualidade que, geralmente, não valem o que cobram e não se ter
dinheiro para construir casas populares para abrigar centenas de pessoas que
vivem em situação de altíssimo risco ou em miseráveis condições habitacionais.
Dois pesos e
duas medidas, usamos comumente como escape, por não nos sentirmos seguros o
suficiente para reagir, pois sabemos de antemão que teremos de enfrentar os
resistentes à um real desenvolvimento humano, sem contar que muitos de nós,
comem as beiradas dos pratos servidos ou estão com a boca aberta, só na espera,
e quanto aos outros, coitados, são apenas figurantes sem rostos e sem maiores
direitos, chamado de povo, e aí, por
questões de sobrevivência, preferem permanecer inseridos na turma do “me engana
que eu gosto”, pois, pelo menos não são malhados como um Judas, depois da “Santa
Ceia”.
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