Ainda me lembro, apesar de haver passado muitas décadas, da
forma intuitiva que tinha para executar algum exercício da então, escola, que
era exatamente, insistir até conseguir. Essa técnica de aprendizado, era
cansativa, mas eficaz, afinal, uma vez entendida, jamais era esquecida.
Para tanto, recorria à minha mãe, a Enciclopédia Barsa (amiga
inseparável), que era o google da época, mas não desistia, afinal, um simples dever
de casa, não poderia me derrotar e, assim foi por toda a minha vida.
Às vezes, não conseguia e aí, restava-me a alternativa de no
dia seguinte, perguntar novamente a professora, pois admitir o não saber de
algo, foi uma das primeiras lições que aprendi com a educação doméstica, que
era rigorosa e detalhista à época, lembrando-me que era melhor sempre perguntar
para não deduzir bobagens.
Com o passar dos anos e décadas, novos meios de pesquisas
foram surgindo e é claro que enveredei por cada um deles, sempre que precisava
compreender melhor uma questão, daí, reconhecer o meu detalhismo argumentativo,
preocupação que só se fortaleceu por respeito a mim, mas principalmente em
relação ao foco de minhas observações em minha vida privada e principalmente a profissional,
onde pessoas existiam e precisavam ser respeitadas.
Portanto, vou fundo quando analiso algo, justo, para evitar
equívocos desnecessários e de consequências danosas, mas infelizmente, nem
mesmo com todo esse cuidado, principalmente, nos dias atuais, com tantos jovens
descolados e entendidos em quase tudo, consigo ser clara o suficiente para que
o epicentro de minhas ponderações possam ser entendidas.
No dia de ontem, postei duas notícias no facebook, que deram
o que falar, suscitando reações apaixonadas, mas sem qualquer sinal de
entendimento quanto, ao sentido principal de minhas observações. Então, fiquei
pensando que talvez, eu não tenha sido clara o suficiente e, li e reli algumas
vezes e concluí, que só mesmo eu me reinventando, teria uma chance a mais de
ser entendida, apesar de já compreender que para um fanático de qualquer natureza,
um pingo sempre será uma cachoeira, se ele supor que foi colocado contrário a
sua forma de pensar.
Não sou de “direita e nem de esquerda”, pois sempre optei em
ser livre e o poder “volver” a qualquer instante, caso observe que o bem comum,
esteja sendo lesado e, infelizmente, ele sempre está sendo lesado de alguma
forma.
Não sigo qualquer religião, pois compreendi muito cedo que o
meu “Deus” está em mim, nas demais pessoas e em todas as maravilhas que posso
cheirar, enxergar, tocar, degustar e sentir, sem comandos e intermediários.
Meus princípios e valores, foram forjados através não de
certezas absolutas, refrões, retóricas ou dogmas diversos, mas na persistência
de querer sempre me compreender mais e mais, assim como corrigir sem
constrangimentos meus inúmeros erros e tropeços, num aprendizado ininterrupto,
dessa coisa louca, difícil, complexa, mas absolutamente fascinante, que é viver
uma existência.
Portanto, não consigo tapar os meus olhos e minha mente,
para não enxergar o óbvio que afronta e, minhas postagens, apesar de contundentes,
apenas tentaram mostrar que tudo sempre pode ser mais suavemente conduzido, se
ao invés da estupidez humana, que todos nós carregamos em nossas essências de
animais selvagens, possamos usar a razão, o equilíbrio e o amor que também fazem
parte de nossas essências, justo por sermos os maiores milagres existenciais.
A casa do povo e da cidadania se foi azul, na gestão
anterior, estava errada e erros não devem ser replicados, afinal, pintá-la de
amarelo, foi uma decisão chula e provocativa, fruto de um vício mental de
afrontar a todo aquele que nos é contrário, como se fôssemos os guardiões da
sabedoria, da verdade e da justiça e uma forma inconsequente de manter acessa a
chama da discórdia, da rivalidade e consequente, arrogância, mesmo gritando a
cada instante que queremos paz, que somos bonzinhos, repletos de boas intenções
e acima de tudo honestos.
Agimos assim, pois acreditamos que estamos certos em nossas
falácias e porquê, precisamos por motivos íntimos, nos sentirmos seguros e
constantemente presos a uma boia de uma suposta salvação, mesmo que ao nosso
redor, seja possível enxergar os afogamentos múltiplos.
Portanto, o PAPA, deixar-se fotografar ao lado de um ex-
presidente condenado por lesa pátria é o mesmo que assinar o indulto a todo e
qualquer genocida, menosprezando e ofendendo a toda uma justiça que o condenou
e a cada cidadão que se viu, afrontado, ferido ou mesmo morto, pelas mazelas
que o seu governo praticou, seja brasileiro ou de qualquer outro país.
Quando penso em política partidária, penso no inferno e no
quanto, esse Diabo aliciador se diverte, vendo o chicote da maledicência, da
mentira e do engodo, transformarem pessoas em punhais afiados, espadas
cortantes, jogando por terra, sem dó e piedade, a lógica maior do sentido de humanização
e bem comum.
Concluo pedindo desculpas pelo longo texto, mas me é
impossível, falar de amor, vida e liberdade, com meias palavras, frases de
efeito ou fotos enternecedoras, coisa de gente antiga e sem nexo contemporâneo,
como eu, assim como praticar o achismo é tão somente, desculpa de preguiçoso que
prefere o comodismo de leituras fracas e de ensinamentos claramente
tendenciosos, sem a amplitude de diálogos e sem compromissos com a realidade dos
fatos e seus fundamentos.
Outra coisa: NÃO SOU OPOSIÇÃO, POIS NUNCA FUI SITUAÇÃO.