Até parece que as mazelas brasileiras que expressivamente
transtornam a vida de cada cidadão, começaram ontem. Quem ouve um militante político
discursar, se não estiver com os pés no chão, certamente irá acreditar que não
foi justo no período petista que se intensificaram e se institucionalizaram os
crimes de todas as naturezas, na mesma proporção em que eram emitidos cartões
do bolsa família.
Este Congresso continua o mesmo, assim como a miserabilidade
cidadã de grande parte da população que não quer aceitar o fato mais que concreto
que se de um lado, recebe uns tostões, de outro padece na mesmice de ver os
seus mais básicos direitos, esfacelados pela corrupção.
Não se trata de acusar ou defender partidos políticos, o que
precisamos é compreender que é preciso ser exterminado na sua potencialidade o
germe contaminador da corrupção, da cara de pau política e da necessidade em
defender os nossos interesses, que não devem e não podem ser individuais.
Quando existe em qualquer lugar deste planeta a evolução
coletiva, cada cidadão colhe inevitavelmente as benécias que estão disponíveis
a todos.
Partido político não pode ser encarado como crença ou religião,
até porque a história delas, são mais do que expressivas, quanto a concentração
de poder e dinheiro em detrimento de povos sofridos que geralmente,
contentaram-se sempre com migalhas.
Certa feita, uma amiga me perguntou, porque eu não apreciava
as obras primas das construções de templos, Igrejas, casarios e monumentos?
Respondi que inegavelmente existe arte e beleza, mas que eu
não consigo em momento algum esquecer das mazelas, atrocidades, dores e mortes
que cada uma representa e que para a minha capacidade racional, que confesso
ser mínima em relação aos especialistas e doutores desta área, jamais fez
sentido.
É assim também que vejo os sistemas sociais coloridos de
muitos programinhas que atendem em parte as mazelas imediatas de alguns cidadãos,
quando o fundamental com qualidade real de sustentabilidade humana e cidadã lhe
falta, tirando dele o direito de existir plenamente, compreendendo que o que é
bom para ele, precisa ser extensivo aos demais, não como favores pontuais, mas
como direito adquirido através dos impostos que paga na maioria das vezes de
forma tão camuflada, na mesa, no transporte e no tudo mais, que ele acredita
piamente, jamais ter contribuído.
A educação básica, aliada ao estímulo de uma educação
familiar, faz o ser humano se estruturar para discernir o joio que lhe oferecem,
do trigo que merece, porque é seu direito.
É preciso que a “lava jato “ou qualquer outro meio
fiscalizador e punitivo, se expandam Brasil a fora, dando atenção aos pequenos
e médios municípios brasileiros, pontas esquecidas do imenso Iceberg, por onde
escorrem silenciosamente as geleiras da impunidade e aonde é possível
mensurar-se o gigantesco esfacelamento da qualidade nas vidas humanas.
Posturas imorais, se bem que absolutamente cobertas pela
legalidade, graças aos consultores especializados, fazendo persistir os atrasos
em todos os aspectos práticos, que criminosamente assolam a maioria destas
cidades, onde os olhos da justiça, estão verdadeiramente vendados.
Por que só em Curitiba e não em cada capital deste imenso
Brasil?
Aonde está a firme e rigorosa senhora, que existe
para garantir os nossos direitos constitucionais?
Aonde estão os defensores dos pobres e oprimidos que não
gritam, clamando justiça em cada rincão deste sofrido país?
Vivemos um vergonhoso
atraso e ainda, flamulamos bandeiras em defesa daqueles que nos flagelam.
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