sexta-feira, 30 de agosto de 2019

Não é crendice


Enquanto, escrevia ao longo dos muitos anos que se seguiram, na maioria das vezes, escondida, pois ainda não havia me livrado do estigma de incapaz ou simplesmente louca inútil, que me foi atribuído em algum momento, quando, enfarada da hipocrisia humana, simplesmente minha mente se rebelou e independentemente do politicamente correto a uma boa moça de família e esposa discreta, comecei a gritar socorro, na contramão do usual, fui percebendo que além de minhas próprias experiências na busca do ir mais além da repetição do óbvio, também pude perceber a ansiedade em se libertarem de outras criaturas, mas que por um motivo ou outro permaneciam se flagelando com as mazelas de suas próprias experiência cotidianas.
Existiram aquelas que simplesmente me rejeitaram, pois temiam os efeitos em si de minhas loucas visões de vida e liberdade, confundindo estas duas experiências gratificantes com estímulos irresponsáveis à leviandade da libertinagem.
Outros, liam e colocavam na prateleira da filosofia, sempre é claro, deixando explicito a presente utopia, numa alusão de que eu, era tão somente uma lírica das palavras sem maiores funções práticas no real cotidiano.
Mas, para a minha satisfação de ego de escrevinhadora, existiram aqueles que arriscaram experimentar essa tal de plenitude existencial e buscaram, cada qual dentro de suas realidades, caminhos capazes de remetê-las a um autoconhecimento, donde puderam como eu, vislumbrar a paz, não sem provar e amargar o gosto azedo de suas próprias falcatruas posturais e mentais.
Jamais existirá um retorno maior para um escritor da existência humana que poder apreciar o crescimento de outra pessoa, sabendo que nem que tenha sido por uma palavra lida no momento certo, aquela pessoa pode adentrar em um caminho de evolução, irremediavelmente sem volta.
Bendito foi o dia em que ao chegar da escola, corri eufórica para o meu quarto e enquanto, escutava minha mãe chamar para almoçar, meus dedos de tão somente uma garota de 14 anos, agilmente para minha surpresa, escrevia “EU E O MAR”o que viria a ser o primeiro instante de luz consciente de minha vida.
Não foi e não é crendice, apenas liberdade de ser e de querer viver melhor.
De a louca da juventude a uma senhora tranquila, repleta de muitos sucessos humanos que as minhas simples palavras puderam agregar na seara do equilíbrio, razão e amor.
É muito gratificante observar uma pessoa desabrochar e passar a viver mais suavemente, servindo de prova viva de que mudar velhas posturas e visões é preciso, possível e necessário.
Levei a sério o mandamento que supostamente foi deixada por Jesus.
“Amai aos demais como a si mesmo”.
BOM DIA nesta sexta-feira e que ele seja de descobertas pessoais repletas de amor por si mesmo e pelo tudo mais que te cerca.

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