segunda-feira, 12 de agosto de 2019

FORA DO CONTEXTO


De uns bons tempos para cá, observo que só se tem pontuado as ações e expressões deslocadas de seu corpo estrutural. E aí, passam a ser usadas como mantras de convencimentos capengas e distorcidos, emburrecendo a mente, confundindo a capacidade cognitiva de entendimento e levando as pessoas a reduzirem cada vez mais também seus vocabulários, criando um mecanismo de comunicação rasteiro que bloqueia o raciocínio em relação a qualquer fato ou coisa, transformando fragmentos de algo em verdades indiscutíveis.
Na política esta regra tem sido largamente usada e o mais interessante é que os fatos em si são em sua maioria idiotizados e ignorados na sua importância frente ao conteúdo de onde foi pinçado, nivelando a capacidade de entendimento a patamares assustadores, dado a pequenez e rudeza das intenções daqueles que assim procedem, como é possível de constatar nas redes sociais e na mídia em geral, popularizando desta forma, o estreitamento da capacidade intelectual.
Daí, a necessidade sempre crescente de se medir milimetricamente o que se fala ou se escreve, mesmo reconhecendo que haverá sempre de plantão aquele medíocre samaritano as avessas, sempre pronto a colher uma palavra ou frase de impacto na busca desenfreada de criar polêmica, aturdindo assim uma população há muito desprovida, quanto ao recebimento de seus mais básicos direitos.
A coisa está tão séria que em pleno século 21, com as ciências e tecnologias pululando a todo vapor, ainda estamos vivendo na maior parte deste país como se nossas cidades fossem redutos coloniais, onde meia dúzia de mequetrefes, que chamamos de autoridades, sem reais capacidades administrativas, mas abastecidos de uma enorme vaidade e ganância, nos tratam como “reles gentinha” e ainda tendo que aplaudir seus mal feitos asfálticos ou “roubalticos”, se não ambos, ou seja lá o que for, pois é assim que manda a tradição cultural.
Depois, ficamos ofendidos quando os europeus ou americanos fazem críticas ao nosso histórico atraso e, como heróis do bagaço, os desprezamos, mas retendo na realidade uma profunda inveja, pois lá no fundo sabemos que possuímos infinitamente mais riquezas e belezas territoriais que a maioria, mais ainda assim, insistimos em usar os cocares da solidão do analfabetismo funcional.
Que coisa, viu!!!!
Povo quer casa decente para viver, comida saudável para se alimentar, ruas pavimentadas para circular, escolas estruturadas para se educar, hospitais e postos de saúde aparelhados para manterem sua saúde, dignidade ao ir nas urnas para poder, como cidadão consciente, escolher mais que escaladores sociais para administrarem o que pagam rigorosamente para que possa usufruir.
Vive-se desde sempre com apenas pontuais diferenciações, um verdadeiro caos de atraso em relação ao desenvolvimento humano e social, que se agrava a cada quatro anos, onde desprovido de senso crítico, lógica de raciocínio e respeito próprio, elege-se novos personagens desta opereta baranga que chamam de política brasileira, onde os malfeitores são aplaudidos, os incautos enaltecidos, reforçando assim o emburrecimento embasado na busca da sobrevivência entre os lixos, chorumes e lamas de um país assolado pela ignorância de seu povo.
Inconcebível pensar-se na contratação de trios elétricos, artistas de renome, folguedos, patrocinar-se caravanas em viagens, assim como as infinitas tranqueiras administrativas em meio a ainda fome desalentadora e do espetáculo cruel que se constata a cada meio passo que se dê, seja aqui ou em qualquer outro lugar, onde o luxo divide espaço com o lixo.
Mas o cocô que o Bolsonaro exemplificou é que é a infâmia brasileira, assim como a soltura do Lula será a nossa salvação.
VIVA O POVO BRASILEIRO!...

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