Não há
possibilidade de um maior e mais profundo entendimento, seja lá no que for, se
não houver um mínimo de entendimento interpretativo, além de ser este
desconhecimento o maior e mais sério problema nas relações humanas.
Tudo que sai
do físico e necessita do verbal para que seja assimilado torna-se um abismo
muitas vezes intransponível, isto sem esquecer que existe a interpretação
sublimada, que é aquela produzida pela dedução automática de um consciente já
comprometido com uma dedução prévia.
Parece
complicado e na realidade o é, na medida em que, reverter esta conduta mental,
não é uma tarefa das mais simples, já que ter-se-á de trabalhar todos os
conceitos já estabelecidos na pessoa em questão.
Daí a
importância do também aprendizado da língua portuguesa através da leitura de
textos, levando em conta os muitos aspectos que as palavras e sentenças podem
oferecer sozinhas ou na formação da ideia narrada como um todo.
As redes
sociais são um espelho cruel da incapacidade das pessoas em interpretarem,
ficando, tão somente, as imagens como mensagem de referência relevante de
entendimento, sufocando um maior aprofundamento de sentimentos de qualquer
natureza, além do imediatismo emocional que se dissipa e se renova sob novo
aspecto, na imagem seguinte, traduzindo uma nova experiência e, assim, elegendo
o imediatismo como tônica maior nos contatos de uma suposta amizade.
Esse meu
entendimento, também foi percebido, mesmo que através da indução inconsciente
em relação às retóricas que podem ser colocadas com fundos coloridos e ou
desenhados que resumem falsamente em forma de impacto, temas relevantes,
levando o leitor a crer que entende a profundidade da mensagem.
Textos
longos se perdem na impaciência que se formou neste tipo de relacionamento, já
que não só não existe o hábito da leitura como se conceituou que as redes
sociais devam ser breves e instantâneas.
Algumas redes,
sim, por suas embasadas naturezas, outras, não necessariamente.
Preocupo-me
com a incapacidade de se conseguir interpretar uma simples frase, quanto mais
buscar nelas as “entrelinhas”, possíveis de existirem nas intenções de quem as
escreve.
Pense nisto,
antes de responder apressadamente a algo que instintivamente lhe parece
aprovado ou reprovado em sua mente, reconhecidamente, repleta de conceitos
pré-estabelecidos que, certamente, empobrecem o seu entendimento de quase tudo.
Todavia, o
pior efeito desta dicotomia online é sem dúvidas o arrasto dela que se pode
notar no convívio sistêmico, onde a cada dia, menos é possível enxergar-se real
entendimento entre as pessoas, levando-as a uma constante batalha nos seus
relacionamentos ou simples convívio, seja social, amoroso ou profissional.
Esta é uma
pauta de longos estudos, pois ramifica-se em infindáveis vertentes. Apenas
arranhei, na tentativa de ser breve.
BREVE?
Poupe-nos Dona Regina...
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