sábado, 14 de abril de 2018

LER E INTERPRETAR



Não há possibilidade de um maior e mais profundo entendimento, seja lá no que for, se não houver um mínimo de entendimento interpretativo, além de ser este desconhecimento o maior e mais sério problema nas relações humanas.
Tudo que sai do físico e necessita do verbal para que seja assimilado torna-se um abismo muitas vezes intransponível, isto sem esquecer que existe a interpretação sublimada, que é aquela produzida pela dedução automática de um consciente já comprometido com uma dedução prévia.
Parece complicado e na realidade o é, na medida em que, reverter esta conduta mental, não é uma tarefa das mais simples, já que ter-se-á de trabalhar todos os conceitos já estabelecidos na pessoa em questão.
Daí a importância do também aprendizado da língua portuguesa através da leitura de textos, levando em conta os muitos aspectos que as palavras e sentenças podem oferecer sozinhas ou na formação da ideia narrada como um todo.
As redes sociais são um espelho cruel da incapacidade das pessoas em interpretarem, ficando, tão somente, as imagens como mensagem de referência relevante de entendimento, sufocando um maior aprofundamento de sentimentos de qualquer natureza, além do imediatismo emocional que se dissipa e se renova sob novo aspecto, na imagem seguinte, traduzindo uma nova experiência e, assim, elegendo o imediatismo como tônica maior nos contatos de uma suposta amizade.
Esse meu entendimento, também foi percebido, mesmo que através da indução inconsciente em relação às retóricas que podem ser colocadas com fundos coloridos e ou desenhados que resumem falsamente em forma de impacto, temas relevantes, levando o leitor a crer que entende a profundidade da mensagem.
Textos longos se perdem na impaciência que se formou neste tipo de relacionamento, já que não só não existe o hábito da leitura como se conceituou que as redes sociais devam ser breves e instantâneas.
Algumas redes, sim, por suas embasadas naturezas, outras, não necessariamente.
Preocupo-me com a incapacidade de se conseguir interpretar uma simples frase, quanto mais buscar nelas as “entrelinhas”, possíveis de existirem nas intenções de quem as escreve.
Pense nisto, antes de responder apressadamente a algo que instintivamente lhe parece aprovado ou reprovado em sua mente, reconhecidamente, repleta de conceitos pré-estabelecidos que, certamente, empobrecem o seu entendimento de quase tudo.
Todavia, o pior efeito desta dicotomia online é sem dúvidas o arrasto dela que se pode notar no convívio sistêmico, onde a cada dia, menos é possível enxergar-se real entendimento entre as pessoas, levando-as a uma constante batalha nos seus relacionamentos ou simples convívio, seja social, amoroso ou profissional.
Esta é uma pauta de longos estudos, pois ramifica-se em infindáveis vertentes. Apenas arranhei, na tentativa de ser breve.
BREVE?
Poupe-nos Dona Regina...

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