sexta-feira, 20 de abril de 2018

INDIGNAÇÃO SILENCIOSA...



Cala-te criatura insensata, quem pensas que és, postando-te como detentora da verdade?
A quem pensas que enganas com o teu discurso antecipadamente decorado, roto e enferrujado, que busca nas falsas verdades, desculpas para a tua própria improbidade?
És um engodo a mais no histórico das duras realidades, salpicando de pó de ouro falso os anseios de todos, famintos e abandonados em meio as lamas da vergonha que se tornou o sistema político de nosso país, que a tudo contaminou com o limo sujo e viscoso da ganância em relação ao erário público.
Recuso-me a ser mais um a aplaudir-te desgraçada criatura que, enquanto se debruça sobre as glórias das conquistas, esmaga e soterra sem qualquer piedade o que de fome morre e o que a dor esmorece.
Recuso-me a olhar-te, evitando assim o mal-estar de tua maligna presença que afronta e faz doer a alma de quem, como eu, ainda é capaz de identificar a escória travestida de dourado.
E neste desabafo de que tanto necessito, vomito-te na lama que preservas com a tua inoperância.
Este é o retrato que enxergo ao fixar os salva-pátrias que a ignorância cidadã esculpe com o zelo de mestre e a cegueira dos imbecis.
 E se me achas grosseira e inadequada, deves, então, voltar os teus olhares para a fome e a miséria – existencial e física - que mora logo a teu lado, mas que por conveniência finges não enxergar.




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