Cala-te
criatura insensata, quem pensas que és, postando-te como detentora da verdade?
A quem
pensas que enganas com o teu discurso antecipadamente decorado, roto e
enferrujado, que busca nas falsas verdades, desculpas para a tua própria
improbidade?
És um engodo
a mais no histórico das duras realidades, salpicando de pó de ouro falso os
anseios de todos, famintos e abandonados em meio as lamas da vergonha que se
tornou o sistema político de nosso país, que a tudo contaminou com o limo sujo
e viscoso da ganância em relação ao erário público.
Recuso-me a
ser mais um a aplaudir-te desgraçada criatura que, enquanto se debruça sobre as
glórias das conquistas, esmaga e soterra sem qualquer piedade o que de fome
morre e o que a dor esmorece.
Recuso-me a
olhar-te, evitando assim o mal-estar de tua maligna presença que afronta e faz
doer a alma de quem, como eu, ainda é capaz de identificar a escória travestida
de dourado.
E neste
desabafo de que tanto necessito, vomito-te na lama que preservas com a tua
inoperância.
Este é o retrato que
enxergo ao fixar os salva-pátrias que a ignorância cidadã esculpe com o zelo de
mestre e a cegueira dos imbecis.
E se me achas grosseira e inadequada, deves,
então, voltar os teus olhares para a fome e a miséria – existencial e física -
que mora logo a teu lado, mas que por conveniência finges não enxergar.
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