Sorrindo,
foi assim o meu amanhecer de hoje, tão logo, as cinco e vinte da manhã, vi e ouvi
no Hora Um da Globo a retrospectiva da vida de Dona IVONE LARA, sambista que falecera
aos 97 anos, no Rio de Janeiro.
De repente,
percebi que estava sorrindo e entendi, de forma definitiva, que para alguém que
fez de sua vida um produzir constante de alegrias, não cabem lamentos na
despedida. Apenas, um vai com Deus, um sorriso e nada mais, afinal, são seres
iluminados que transformaram suas falhas, dores e decepções em constantes
exercícios de vida e liberdade, produzindo incessantemente alegria.
Considerada
a grande dama do samba, primeira a romper o preconceito das escolas em não ter
em seus grupos de compositores uma mulher, Dona Ivone Lara produziu pérolas da MPB;
ela também, até se aposentar em 1977, exerceu a função de Assistente Social e enfermeira
especialista em terapia ocupacional. Seu
acervo é composto de um belo e rico legado de músicas, que começou a produzir
ainda muito jovem, sob inspiração de suas amadas escolas de samba: Serrinha e
Império Serrano.
E aí, penso
que para estas criaturas que conseguiram entender que viver é bem mais que o
corriqueiro ir e vir não permitindo que seus cotidianos empanassem suas mentes
e almas brilhantes, chorar por quê? Lamentar o quê, se elas foram tudo,
abraçaram tudo e amaram tudo que puderam de suas existências.
Para quem
escreveu “Sonho Meu e Joia Rara” e inúmeras outras maravilhas, apenas o meu
sorriso de agradecimento.
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