terça-feira, 17 de abril de 2018

JOIA RARA



Sorrindo, foi assim o meu amanhecer de hoje, tão logo, as cinco e vinte da manhã, vi e ouvi no Hora Um da Globo a retrospectiva da vida de Dona IVONE LARA, sambista que falecera aos 97 anos, no Rio de Janeiro.
De repente, percebi que estava sorrindo e entendi, de forma definitiva, que para alguém que fez de sua vida um produzir constante de alegrias, não cabem lamentos na despedida. Apenas, um vai com Deus, um sorriso e nada mais, afinal, são seres iluminados que transformaram suas falhas, dores e decepções em constantes exercícios de vida e liberdade, produzindo incessantemente alegria.
Considerada a grande dama do samba, primeira a romper o preconceito das escolas em não ter em seus grupos de compositores uma mulher, Dona Ivone Lara produziu pérolas da MPB; ela também, até se aposentar em 1977, exerceu a função de Assistente Social e enfermeira especialista em terapia ocupacional.  Seu acervo é composto de um belo e rico legado de músicas, que começou a produzir ainda muito jovem, sob inspiração de suas amadas escolas de samba: Serrinha e Império Serrano.
E aí, penso que para estas criaturas que conseguiram entender que viver é bem mais que o corriqueiro ir e vir não permitindo que seus cotidianos empanassem suas mentes e almas brilhantes, chorar por quê? Lamentar o quê, se elas foram tudo, abraçaram tudo e amaram tudo que puderam de suas existências.
Para quem escreveu “Sonho Meu e Joia Rara” e inúmeras outras maravilhas, apenas o meu sorriso de agradecimento.

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