Todos nós
sem exceções, nascemos e nos tornamos adultos convivendo com as posturas dos
nossos políticos e principalmente, inconscientemente com os efeitos das mesmas
que se refletiam nos serviços básicos públicos, o mesmo ocorrendo com nossos
pais e avós, aliás, vamos e convenhamos a maioria, sequer sabia o nome completo
do presidente da república, quiçá de um ministro e quanto aos deputados e senadores, eram
necessários esforços mentais para que os nomes daqueles em quem tínha-se votado
nas últimas eleições, fossem lembrados.
Eles eram as
autoridades máximas do país e não cabia às pessoas comuns, qualquer maior
dúvida quanto às suas idoneidades. E se eles eram figuras distantes, imaginem
os Ministros do Supremo, o tal, STFF? Eram figuras mitológicas...
Como seria
possível traçar fisionomias aos Deuses da Justiça?
E este
cenário de alienação só foi interrompido em ocasiões pontuais, onde nós, fomos
invadidos por bruscas e invasivas inserções dos mesmos ou de forças contrárias
a eles, mas tudo muito distante da maioria dos locais do país, permanecendo em
pontos mais estratégicos às atuações e interesses deles (políticos e rebeldes),
não havendo uma real interação entre cidades e estados, restando ao povo, ficar
tão somente, como uma espécie de plateia alienada, pulverizada em milhares de municípios, esperando o último
ato da peça para então, se adequar as novas regras, por eles ditados.
Daí, não ter
o povo brasileiro desenvolvido o senso de pertencimento e de integração real
que é possível se desenvolver em cada
criatura como acontece com seu físico e mente e que o leva a também, através do
entendimento disto ou daquilo, desenvolver o sendo crítico, fundamentado pela
consciência de seus direitos que são implicitamente, originários dos seus
deveres, enquanto, pessoa e cidadão deste e ou daquele local, pois, passa a
compreender que cada um deles é uma fatia do grande bolo que é a nação e que, o
somatório deles é determinante para o desenvolvimento da mesma.
E neste
balaio de gatos, onde o povo está inserido sem maiores critérios de
entendimento do fundamentalismo de seu papel como agente seguidor e controlador
de normas e leis e das aplicabilidades das mesmas, gerando assim uma parceria
entre povo e governantes no estabelecimento e manutenção de um equilíbrio
social, os desmandos públicos foram acontecendo e se estabelecendo como
práticas absolutamente corriqueiras e pior, adequadamente inseridas como
legítimas, ao ponto de elegermos e reelegermos os notoriamente ladrões dos
cofres públicos, única e exclusivamente, porque no fundo não consideramos como
um delito, apenas uma circunstância favorável que se lá estivéssemos,
certamente, faríamos o mesmo.
O advento da
globalização que chegou através da internet e das redes sociais e de um
universo ilimitados de possibilidades interativas, tornou-se o pilar contemporâneo
das últimas décadas, levando-nos a conhecer, não só as nossas mais longínquas
localidades, mas também do planeta, abrindo não um leque, mas um universo
fantástico de informações sobre tudo que possamos ou não imaginar, inclusive do
pior e mais ignóbil ação que a criatura humana é capaz de estabelecer a si e aos
demais.
E assim, com
algumas clicadas uma expressiva parcela do povo brasileiro, saiu do quase nada
ao tudo, sem estar devidamente preparado para receber, peneirar e finalmente,
absorver a grandeza da comunicação e o que esta, podia beneficiar, quanto aos
seus entendimentos, fazendo crescer na maioria de cada usuário, o
“politicamente correto”, posicionamento frágil, mas que se mostra seguro para
todo aquele que não consegue vislumbrar em sua mente um entendimento mais claro
as suas convicções pessoais, seja ela qual for.
Daí, nos
dias atuais estarmos vivendo o céu e o inferno das inversões dos valores, até
então, considerados ideais, levando-nos a cometer ou aceitar imensas
aberrações, tal qual acontecia num passado ainda recente, onde tão somente
éramos vaquinhas de presépio, só que sem a muleta de um apoio globalizado.
E se nós
como amparo de sobrevivência de todos os níveis, nos apoiamos na opinião dos
grupos com os quais interagimos e que nos é afim, o mesmo fazem com os
políticos e seus aliados à devoção de seus cargos e status, num sólido
corporativismo, afinal, esta é a forma mais segura de sobrevivência e
permanência em seus postos de mando e comando, onde tudo é para eles e nada ou
quase nada para o povo, tal qual no tempo de nossos pais e avós, afinal, tudo é
sempre muito normal.
E se hoje,
já somos capazes de falar a respeito, foi graças a esculhambação que os mesmos
passaram a conduzir suas ações patrióticas, na governabilidade de nosso país.
Tornaram-se tão abusivas desde a promulgação
de nossa Constituição de 1988, que nos é impossível, fingir que não estamos
sabendo que somos um povinho sem instrução e sem conhecimentos básicos de
nossos direitos e deveres.
E quando o
temos, nos sentimos tolhidos pela também certeza de que estamos praticamente
sós, em meio a um tsunami de indiferenças e interesses individuais.
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