quinta-feira, 16 de março de 2017

“O BONZINHO COME CRU”


Em todas as quintas-feiras por ocasião da transmissão da Rádio Tupinambá das sessões da Câmara de vereadores, levo horas a fio para recuperar-me do afrontamento que minha mente e minhas emoções recebem sem dó e sem piedade, pela quase total alienação deles, vereadores em relação as suas reais atribuições.
Usam a tribuna para lavarem roupas sujas, denegrirem ou puxar o saco das gestões pontuais, mandarem indiretas idiotas aos que com eles não concordam ou para simplesmente, numa arrogância bruta, demonstrarem suas totais incapacidades, quanto ao reconhecimento de que são funcionários públicos e que devem sim, muita satisfação de seus atos ao povo que os elegeu.
Durante muito tempo, pensei, buscando desculpas, crendo que a ingenuidade, falta de um maior letramento, vontade de mostrar serviço, era responsável pelo pot- pourri de absurdos, todavia, o tempo e um estreitamento sempre maior com o sistema político e principalmente, com a incoerência dos comportamentos dos políticos, cheguei à conclusão de que se existe algo que os mova é com certeza a abusiva vaidade e o sempre crescente interesse em si próprio.
Falam das suas sempre “verdades” sem, no entanto, mostrarem os critérios com as quais as mesmas se estruturaram.
E aí, formam-se as incontáveis falácias que confundem e mantém na ignorância aqueles que os escutam, estimulando-os a reverberarem as mesmas e com o tempo, bobagens perniciosas se tornam verdades populares que aprisionam, retardando qualquer desenvolvimento.
Nesta quinta, salvo alguns que se deixaram levar pelo vício do rebatimento das ofensas ou se calaram, pois em boca fechada, não entra mosquito, a sessão nada representou de relevante ao povo, pois quase tudo que foi proposto pelos edis, não atende as necessidades agoniantes do aqui agora da maioria da população, já que praças, quadras e calçamento, não só não podem e não devem ser iniciados nas portas do inverno que aqui, representa chuva, como também se perdem frente as necessidades prementes da distribuição dos remédios,  aparelhamento dos centros dentários, providências quanto ao transporte de doentes aos centros especializados em Salvador, contratação de uma medicina mais específica, pressão junto ao governo estadual e aos muitos aliados políticos de escalões mais elevados para que, o HGI, se torne mais viável ao atendimento da população e etc., e etc.............
Caberia ao vereador e a seus entusiasmados apoiadores, a humanidade e o bom senso de pensarem, tão somente, nas carências do povo.
Mas se isso fosse possível a eles, o Brasil, não seria o que é e, não teríamos tantos flagelos sociais.
Então, seguem com as falácias e o populismo, afinal:
“O bonzinho come cru”


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