Enquanto
ensaiava escrever as minhas impressões sobre a vida, as pessoas e o tudo mais
que representava vida, ainda muito jovem, não mensurava o valor, o peso das
formações das palavras e, confesso, durante muito tempo continuei sem esse tipo
de avaliação, pois entre tantos escritos diários, relativo ao meu trabalho,
ainda hoje, cometo esse grave engano, na maioria das vezes, empolgada com a
ideia central que me motivou, esquecendo-me do sempre perigo de não ser bem
compreendida.
Claro que
este é um risco que todo escrevinhador corre desde o início da capacidade do
homem em deixar registrados os fatos e as versões sobre seu próprio prisma, mas
também é notório que é preciso cuidados especiais, já que o escrito não se
apaga e tão pouco se evapora como os discursos falados.
No entanto, as
redes sociais, blogs e sites, foram aos poucos marginalizando a escrita,
liberando e incentivando a todos a terem opiniões sobre qualquer coisa e, ao
mesmo tempo, fazendo do ato de escrever do escrevinhador, digamos profissional,
um perigo constante, já que todos que o leem, sem exceção, podem se expressar,
dando opiniões favoráveis ou não e, ao mesmo tempo, sentindo-se entendedores de
tudo como jamais antes testemunhei.
Isso é
maravilhoso, pois retira o estigma de “solitário” do escritor, mas ao mesmo
tempo, mantém uma forte corda em seu pescoço, assim como um alçapão preparado a
seus pés, sempre pronto a abrir para enforca-lo ou enrijecer-se para
glorifica-lo, tirando do escrevinhador o que ele tinha de mais original que era
a sua naturalidade em descrever tão somente o visto ou o desejado.
Esta talvez,
seja a razão dos políticos evitarem qualquer escrita, preferindo os discursos
acalorados e sedutores, mas mesmo estes, nos tempos atuais, acarretam rejeições
midiáticas tanto quanto, adesões apaixonadas.
Está difícil,
mas ainda assim, “Tudo vale a pena, quando a alma não é pequena”, plagiando o sempre
atual poeta, Fernando Pessoa.
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