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Ah Ah!... Como é difícil o enfrentamento à qualquer tipo de
poder, onde não reside a conscientização do respeito ao bem comum. Quando o
ex-presidente Lula tomou posse em 2002, sentada e vendo através da TV sua
postura populista, imediatamente pensei:
- Já
vi este filme e o enredo não foi dos mais agradáveis. Cheguei a comentar com o
meu marido:
- Acaba de nascer uma nova ditadura.
Talvez pior que a anterior, pois nesta a tática é usar como arma o envolvimento emocional. Ele
sorriu, achando-me muito descrente, beirando o fatalismo. Hoje, uma década
depois, ele volta a sorrir, dizendo-me:
- Lembra que você prognosticou tudo que vem acontecendo com
este governo ditatorial do PT?
Emocionada, assisto as manifestações do povo pelas cidades
deste Brasil afora, querendo estar lá também, segurando a minha bandeira de
liberdade e dignidade, a mesma que mantive hasteada ao longo de minha vida,
principalmente nos momentos cruciais, onde a segurança e a qualidade de vida da
grande maioria se encontravam em situação de risco, através de meus textos e
dos microfones que me foram possíveis usar.
Penso então, que cada qual com recursos próprios, sempre pode
fazer a sua parte em se tratando de expressar sua cidadania e, em nome desta
certeza, é que discordo da acomodação social, que infelizmente vicia e faz
calar.Jamais pude compreender que política em prol do bem comum, só seja
exercida com ênfase através das campanhas políticas, calando-se em seguida em
uma passividade simbiótica e, portanto, torturante, que se arrasta por longos e
desgastantes quatro anos, onde tudo recomeça, cada vez com menos poder de
convencimento.
Bem... Pensando em tudo isso, penso na nossa linda Ilha de
Itaparica, no movimento real e palpável que não se ouve e muito menos se vê em
prol de um povo já tão sofrido. Penso nos jovens que estão sendo convocados a
engrossar, legitimamente, as passeatas em Salvador no próximo dia 20 e me
ressinto que jamais tenham sido motivados a formar fileiras de reivindicações
por si mesmos, em seus respectivos municípios, onde tudo que se reivindica Brasil afora, aqui os falta
de maneira grosseira e impiedosa.
Candidatos com votações expressivas nas últimas eleições,
preferem transferir de imediato suas reivindicações à Justiça a darem suas
caras a tapas nas esquinas, calçadas e guetos, recrutando seus eleitores à
conscientizarem as autoridades públicas de que do jeito que está, não pode e
não vai ficar. Sonho com políticos mais autenticamente atuantes, que antes de
buscarem a caneta e o trono do poder para, então, dizerem que vão fazer e
acontecer, que façam apenas com a bandeira da solidariedade, do respeito e do
amor ao chão que pisam e vivem e a um povo que, nas eleições, dizem tanto
querer bem, nas plataformas dos palanques eleitoreiros.
Sonho com políticos que verdadeiramente atuem com a força do
povo, por apenas se sentirem parte dele nos 1460 dias entre uma eleição e
outra. Sonho com líderes que acima de qualquer partidarismo, façam de seu
estandarte a justiça social.
Pode parecer filosófico, mas não precisa ser.
Dependendo apenas, de cada um de nós.
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