quarta-feira, 19 de junho de 2013

Dê a César o que é de César...


Os “quintos dos infernos” podem estar bem próximos de cada criatura humana sem que ela sequer se esforce para tanto, basta que se descuide da observância das circunstâncias de seus instantes de convivência sistêmica.
“Dê a César o que é de César” pode ser subdividido em dois planos.
Um não pode interferir na qualificação do outro, pois cada qual tem o seu papel na existência humana, uma vez que foi o próprio humano a idealizar ambos, que são o plano material e o plano espiritual.
Plano material é o que se toca, se compra e se troca. É o plano das exigências, das necessidades, do imponderável, do palpável.
Já o plano espiritual é o que não se vê, não se ouve, não se toca. É o plano do não pensado, do não sentido, do apenas ponderável.
Portanto, o “Dê a César o que é de César” quer na realidade frisar que não há correlação entre ambos, a não ser na capacidade assimilativa a de cada criatura na sua dedicação a buscar no plano material o devido polimento para que ao atingir o plano sensorial possa estar devidamente preparado, inclusive e principalmente para colocar-se de forma natural e suave a qualquer nossa etapa evolutiva.
Enquanto permanecermos neste plano terreno temendo qualquer tipo de punição, após a transmutação, estaremos efetivamente atrasando qualquer possibilidade evolutiva, pois devemos, sim, apenas e tão somente, usufruirmos desta expressabilidade de forma natural, respeitando a nós mesmos e a tudo com o qual convivemos, sejam eles visíveis ou não, tocáveis ou não, mensuráveis ou não.
A plenitude desejada e buscada através de estudos, renúncias, devoções, jejuns e etc., como ponto a ser conquistado transcendentemente, só será alcançado se vier a ser conquistada no plano presente e mutável.
Afinal, seremos exatamente no plano que nos aguarda, exatamente como nos encontramos no plano atual e como não sabemos a data e o instante de nossa transmutação, devemos, portanto, ficar atentos aos nossos instantes presentes, pois certamente não serão os últimos, mas os únicos que determinarão nossa condição energética planetária.
Cuidar-se devidamente, respeitando suas reais necessidades, sem que haja esforço, renúncia e doação amorosa consigo mesma para decifrar cada item de suas necessidades em uma identificação cuidadosa deve ser o objetivo desta ou de qualquer caminhada evolutiva, onde ter precisa estar em consonância com o ser.
E neste aspecto que, afinal, é o único que valha qualquer interesse maior, não portas que delimitem e tão pouco um César a abusar ou adentrar na seara alheia.
O quinhão de cada criatura humana é único e intransferível, sendo no máximo porto de atracagem, desembarque e acolhimento, jamais campo produtivo de reflorestamento, mesmo que estejamos falando de maternidade e paternidade, que são meios naturais de desenvolvimento e escoamento de vida, mas jamais celeiro de armazenamento.
As aproximações reais se fazem através das afinidades energéticas que por sua vez possuem autonomia de serem e de quererem buscar as suas próprias, não cabendo amarras, grades ou qualquer tipo de aprisionamento ou indução.
Daí os inúmeros desencontros, perdas e sofrimentos.
“Dai a César o que é de César” nada mais significa que deve a criatura humana tomar de seu próprio copo e comer de seu próprio pirex sem inversões das finalidades cabíveis a cada componente de vida e liberdade.

Compreendes?

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