Deitei, mas o peito chiava como o som de uma locomotiva, seguida de uma tosse constante o que definitivamente me fez desistir de pelo menos, tentar dormir, até porquê, minha mente insistia em trazer à tona as razões que me fizeram no segundo semestre de 1999, começar a escrever “Luz nas Trevas”, onde um gatilho impulsionador em minha mente, me levou a catalogar cada uma de minhas ações e consequentes reações, dia após dia, num trabalho de registros contínuos que incorporei há tantas outras tarefas do meu cotidiano.
Nessa época com aproximadamente 50 anos e totalmente robotizada com as doses cada vez maiores de Lexotan e a mente e os pulmões embaçados pelas fumaças dos dois maços de cigarros Minister, percebi que precisava me salvar, resgatando aquela jovem repleta de amor a vida que foi se perdendo ao longo da caminhada, afinal, viver não poderia ser apenas aquilo, pois, sentia que poderia fazer mais e desta vez, apenas para mim, sem pensar em mais nada ou alguém.