Acordei tarde depois, de escrever um longo texto onde mais uma vez mergulhei em minha profundidade, com uma única intenção, como sempre, afinal, nada, absolutamente nada é pueril ou desconsiderável nas minhas emoções. Precisava compreender minhas inquietações, provocadas pelas lentes observadores de minha alma.
Esta é uma prática corriqueira, responsável pela permanência da sempre paz que me envolve.
Tudo sempre foi tão intenso, tão poderosamente envolvente que não sobrou tempo para sentir o que todos parecem não dispensarem em seus cotidianos.
Na noite passada de um ainda inverno, permaneci quase que isolada, esforçando-me enormemente para atender a um ou outro que me procurou.
Precisava ficar só sem ter que fingir que sei menos sobre a vida, as almas e as mentes, quando na realidade se escancaram despudoradamente diante de mim, mesmo distantes ou silenciosos.
Porquê de tantas mentiras, tantos desvios, tantas artimanhas?
Porquê de tantos quereres e tantas decepções?
Porquê de tantos ganhos e tantos vazios?
Porquê é o tudo que me resta, frente a esta incrível vida, esplêndida beleza, grandioso poder...
Porquê falo com Deus com tanta facilidade sem precisar ir aos céus e tão pouco, decair no inferno, para que ele piedoso venha me resgatar?
Sinto este Deus desde a mais tenra idade e em seu colo deito sempre que encosto minha cabeça em meu travesseiro, sentindo a maciez de seu aconchego e juntos adormecemos, até um novo amanhecer.
Mas é quando estou nas águas mansas e mornas de minha Ponta de Areia, é que em estado de entrega absoluta, sinto que lhe pertenço, desmaiando a mente, relaxando o corpo e deixando-o abraçar-me e me possuir por inteiro...
Nenhum comentário:
Postar um comentário