São seis horas da manhã e o céu ainda está pouco iluminado, mas posso ver a distancia o sol se insinuando, talvez para que possamos acreditar que o protagonismo será dele.
Digo para mim mesma; maravilha, afinal, uma trégua das chuvas seria fantástico.
Enquanto, vigio o céu, torcendo pelo sol, penso no quanto me sinto próxima deste universo incrível, podendo inclusive, trocar muitas ideias com ele que, silenciosamente me responde através de benditas vibrações, que soam nitidamente em minha mente, com efeitos colaterais amorosos no meu todo de pessoa.
Penso no quanto somos capazes, mesmo sem quase nada dispondo, imaginando o que poder-se-ia fazer, enquanto lideres e senhores dos poderes, se não fossemos dominados pela dura arrogância e intermitente vaidade...
Arrogância em cercar o sol com paredes invisíveis do separatismo social, numa ostentação de uma falsa atenção, verdadeiramente jamais oferecida, já que a fome, permanece isolada e sempre crescente nos redutos das misérias de todos os níveis.
Quando penso na fome, penso que não se restringe tão somente a falta de alimentos, mas sim, a fome existencial que consiste na carência do quase tudo, obrigando-a a reagir da única forma que lhe resta que é a violência.
Sobreviver a qualquer custo, transforma cada ser humano em um animal selvagem, perdido nas searas sociais.
Enquanto escrevo, o sol lá vem surgindo brilhante, deitando-se nas copas das árvores e telhados, enquanto o solo, aguarda ansioso pelo seu abraço amoroso.
Penso então, que vivemos num contínuo inverno, já que o bendito sol, só vez por outra, atinge o solo, oferecendo migalhas de seu infinito potencial.
Penso então, que bendita também é a chuva que não se esquece do solo, lavando suas dores deste mundo, nem sempre amável, nem sempre justo.
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