Os grilos
cantam num coro harmônico, despertando os sapos e mariposas, fazendo calar os
pássaros.
O ventinho
suave vem chegando devagar, tocando as folhas com delicadeza, sugando
lentamente os aromas e como se soubesse exatamente onde me encontro, sopra,
fazendo-me arrepiar e ao mesmo tempo, agradecer através de um sorriso
espontâneo que brotou de mim.
Adoro as
chuvas rápidas do outono que abrem generosas, espaço para o já suave sol, numa
troca gentil do espaço celestial, fazendo brotar da terra até então ressequida
do longo verão, o verde das matas que me fazem viver.
E a cigarra,
meio perdida, certamente afoita, cantando alto, abafando o tudo mais, numa
despedida sofrida de um tempo que não lhe pertence, num adeus, num talvez, até
logo.
Os grilos
cantam, mas um em particular, copia a cigarra, abafando o tudo mais.
Adoro o
outono com seus sons e seus aromas, adoro viver mais que o tudo mais.
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