domingo, 13 de maio de 2018

Noite de sexta



Os grilos cantam num coro harmônico, despertando os sapos e mariposas, fazendo calar os pássaros.
O ventinho suave vem chegando devagar, tocando as folhas com delicadeza, sugando lentamente os aromas e como se soubesse exatamente onde me encontro, sopra, fazendo-me arrepiar e ao mesmo tempo, agradecer através de um sorriso espontâneo que brotou de mim.
Adoro as chuvas rápidas do outono que abrem generosas, espaço para o já suave sol, numa troca gentil do espaço celestial, fazendo brotar da terra até então ressequida do longo verão, o verde das matas que me fazem viver.
E a cigarra, meio perdida, certamente afoita, cantando alto, abafando o tudo mais, numa despedida sofrida de um tempo que não lhe pertence, num adeus, num talvez, até logo.
Os grilos cantam, mas um em particular, copia a cigarra, abafando o tudo mais.
Adoro o outono com seus sons e seus aromas, adoro viver mais que o tudo mais.


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