sexta-feira, 25 de maio de 2018

Faz sol lá fora...


Faz sol lá fora, mas minha alma chora por sentir uma espécie de dor do mundo que vem se formando há algum tempo e que nem mesmo o escoar através de meus escritos tem sido suficiente para aplaca-la.
A cada escândalo, denúncia e prisão, assim como cada soltura convenientemente baseada nas leis, proferidas pelo Ministro Gilmar Mendes, reservando a mim toda a ignorância jurídica, confunde mais que explica, empobrece o sistema judiciário, uma vez que para os pobres mortais como eu, que é a maioria, ficam as perguntas sem respostas.
Se a prisão foi legal, como há soltura legal?
Se tudo tem sido feito amparado nos direitos e deveres constitucionais, como é possível esta mesma Constituição ser instrumento contrário a si mesma?
É possível que duas instâncias e inúmeros juízes tenham sido capazes de interpretar tão erroneamente a Constituição e o código penal e um só ministro tenha a sabedoria máxima de jogar por terra infinitas páginas argumentativas de condenação?
Tudo muito complexo e impossível de ser compreendido, já que o método não é extensivo a nós pobres mortais, mas absolutamente coerente para os ricos e poderosos, num desequilíbrio de justiça, que aí sim, posso compreender que é injusto.
Ah! Que maravilha seria se o povo brasileiro pudesse contar com as expertises do STF e demais instâncias para defender os nossos mais básicos direitos que esta mesma Constituição apresenta de forma clara e indiscutível.
Estou triste, pois não há um só alguém que detenha poder e força que nos defenda, nos ampare dos constantes abusos que se apresentam diuturnamente por todo o sempre em cada pedacinho deste país, flagelando nossas instituições e tirando de nós a esperança, mas garantindo-nos o abandono a cada postura mais que sórdida, por ser desumana.
De tudo que vem ocorrendo em nosso país, mais expressivamente desde 2012, certamente a derrocada de nossos respeitos as figuras políticas têm sido o maior prejuízo, pois de verdade não acreditamos em mais ninguém, não confiamos em nada que falem, despertando sempre o pior de nós mesmos, quando apoiamos ou não, sem que haja algum interesse absolutamente pessoal embutido.
Perdemos grande parte de nossa inocência e, para este crime, não existe perdão, só uma profunda dor que sequer consigo descrever.
As redes sociais são a expressão cotidiana do pouco caso, do desrespeito à figura política, mas nas festinhas e comícios, finge-se devoção, inconsequentemente ferindo de morte qualquer possibilidade de recuperação da dignidade cidadã que se perdeu em meio ao flagelo moral e ético que vem nos assolando sem qualquer piedade.
Faz sol lá fora, mas choro por esta dor do mundo.

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