quinta-feira, 10 de maio de 2018

MAZELAS HISTÓRICAS



Leio, releio, algumas vezes comento, curto e até compartilho, mas sinceramente não acredito que este seja o caminho para a obtenção de qualquer real melhoria para a cidade.
Esta postura nos dias atuais é largamente utilizada e muito útil para os oposicionistas que também, geralmente, conseguem envolver a população, numa espécie de histerismo negativo com a obtenção da simpatia do mesmo e consequente voto esperançoso, logo na eleição seguinte.
No último pleito, ficou bem claro os efeitos sobre a opinião pública quanto a marcação serrada por parte de alguns vereadores e de parte da mídia em relação a gestão passada que estava longe de ser a ideal, mas que inegavelmente, estava atuando em determinados aspectos, altamente relevantes como saúde e educação para que em médio e longo prazo, o perfil do eleitor itaparicano se alterasse no sentido de ter mais consciência da importância de ambos no processo evolutivo de uma cidade.
Todos nós de um modo geral, sabemos disso, mas a tentação em descer o cacete em alguém que consideramos responsável por nossas próprias mazelas é sempre mais forte que a razão em compreender que enquanto, não formarmos um exército de resistência ao também mal hábito de nossos políticos em prometer milagres, nada, absolutamente nada irá se alterar e as mazelas se somarão, engrossando demandas nunca resolvidas.
É preciso compreender que o tempo de quem está no poder, infelizmente não é o mesmo das necessidades do povo e esta dicotomia precisa mudar ou permaneceremos eternamente, trocando alho murcho por bugalhos, seis por meia dúzia que nos oferecerão sempre os restos de seus banquetes de gloria e poder.
Desgastar a imagem de alguém sempre é danoso para este alguém, mas ficar somente nisto, nada resolve, porque afinal, para toda ação sempre existirá uma reação e cá entre nós, eu e você, já presenciamos muitas ressuscitações eleitorais, pois com a máquina na mão e dinheiro público no bolso, até papai Noel se transforma em faraó.
Não tem muito tempo, fomos testemunhas mesmo a certa distância deste milagre popular ocorrido em nossa vizinha Vera Cruz, quando do último lugar de qualquer pesquisa, o gestor da época, não só se reelegeu, como no último pleito em 2016, quase fez seu sucessor, sim porque, hoje, Vinícius é o Cara, mas ganhar aquela eleição foi uma batalha.
Na prática, precisaríamos de uma Câmara de vereadores verdadeiramente ciente e qualificada para atuar como nossos fiscais e de uma sociedade que compreenda a importância de cobrar e exigir atuações e não apenas de se deixar levar por discursos e uns trocados a mais de quatro em quatro anos. Enquanto, nos alienarmos, deixando o barco à deriva, nos contentando com desabafos aqui e acolá, nossas autoridades permanecerão em suas zonas de conforto e nós, como permanentes mendigos abestalhados de plantão.
VOZ X PARTICIPAÇÃO = Garantia de se estar lutando por mudanças que retirem as pedras do caminho, abrindo espaço para dentro de um tempo que seja razoavelmente satisfatório para ambos os lados, a cidade vá apresentando um novo perfil, onde não mais o povo esteja como afirmou Gonzaguinha, “com a bunda exposta na janela”, para gaiato esperto passar a mão nela.


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