terça-feira, 22 de maio de 2018

EU, LOUCA?


Talvez o seja, na medida em que quando encasqueto com algo vou sempre com tudo que disponho e, no caso, minhas escritas, como reveladoras de minha capacidade de observação, jamais aceitando apenas o aparente.
Hoje, estive presente na Casa de Cultura para o evento anual da LUTA ANTIMANICOMIAL e, como das outras vezes, saí com a sensação de que poderia ter ouvido mais, perguntado mais e constatado maior interesse das pessoas e dos dirigentes públicos.
Como pensar em conscientização em relação ao desequilíbrio humano, hoje tão expressivo a cada esquina, sem que haja uma ligação direta com o sistema educacional e de ação social?
Como melhorar o sistema de atendimento psicossocial sem que exista uma integração de propósitos que abra um leque de atendimento consciente e seguro.
Como acreditar que famílias carentes de quase tudo possam ter estrutura de acolhimento para, diurnamente, cuidar de seus filhos e netos se a máquina pública, com todo o seu corpo estrutural, se diz incapacitada de oferecer um apoio de sustentabilidade?
Não sou doutora nesta área e em área alguma, mas penso e me sinto capaz de avaliar as dificuldades alheias, assim como o comodismo que se instalou nas ações públicas.
Não podem isto, não podem aquilo, este recurso não pode ser usado desta ou daquela maneira, as licitações são lentas, os repasses ínfimos e as desculpas de sempre se repetem, enquanto as evoluções de amparo se arrastam lentamente.
Hoje, até como obtenção de um pouco de conhecimento na área psicológica, e da importância do combate a inúmeras mazelas sociais que permeiam o cotidiano destes pacientes, assim como um abraço simbólico de acolhimento aos mesmos, senti a falta dos secretários da educação e da ação social, assim como uma brisa, lá esteve presente a secretária de saúde.
A ausência da prefeita se fez notar a partir do convite, onde ficava implícito o seu não comparecimento.
Meu papel, não é acusar ou denegrir, mas lembrar o que anda esquecido, que é justo a humanização, caminho firme que garante conforto e segurança.
Que no ano que vem, a data escolhida possa estar em conformidade com os compromissos de nossas autoridades, assim como das pessoas chaves de cada área que recebe e cuida do povo itaparicano, sem esquecer dos vereadores que parecem não compreender a importância de suas participações no cotidiano de uma gama significativa da sociedade, num apoio real à ideia de que podemos e devemos fazer diferente, mas para que isto aconteça, torna-se necessário o estar presente para, no mínimo, conhecer.
Eu, louca? 
Provavelmente devo ser por acreditar que o impossível não existe.
Parabéns aos funcionários do CAPS, tão bem representados nas pessoas do psicólogo Rafael Mendes e do psiquiatra Dr. Pablo pelo esforço, dedicação e pela festa acolhedora que ofereceram nesta linda manhã de outono.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

SIMPLES ASSIM...

Sou uma velha de 75 anos que só lamenta não ter tido aos 30/40 a paz e o equilíbrio que desfruto hoje. Sim é verdade que não tenho controle ...