Infelizmente
é tudo que vem ocorrendo no Brasil de forma grosseira e abusiva que
testemunhamos e, o que é pior, somos aliciados maciçamente, através das mídias,
transformando continuamente, meias verdades e firulas especulativas em verdades
indiscutíveis, incitando, principalmente aos desavisados que representam a
maioria da população, especialmente nos locais pequenos, pouco evoluídos
educacionalmente e onde a mesmice do coronelismo sempre foi a fonte mais
convincente da realidade.
Quando me
refiro ao coronelismo, não estou sendo literal, mas refiro-me aos grupos
dominantes que se revezam simultaneamente, mantendo o povo entre as cercas de
seus interesses “políticos”, que na crua realidade, se resumem nos interesses
de uma escalada de ascensão e manutenção de poder aliado aos progressos
econômicos e financeiros, enquanto o povo continua perpetuando a pobreza em
todos os níveis.
Percebo a
conveniência dos políticos em manterem viva a crença de que críticas e
cobranças são perseguições dos derrotados, sujando de forma vil a postura de
uma oposição que deveria ser respeitada pelos propósitos a que se propõe, numa
luta incansável de mudar posturas e de se criar uma forma mais saudável de se
dirigir as ações tanto do legislativo quanto do executivo.
Este costume
corriqueiro e histórico, tem impedido que o verdadeiro progresso adentre em
locais mínimos como Itaparica e tantos mais, justo pela desqualificação que é
oferecida a toda e qualquer manifestação contrária a quem se encontre no poder,
impedindo um real aprendizado dos munícipes, quanto a identificação do lógico
em relação a tão somente politicagem de ataques vazios sem qualquer
sustentabilidade argumentativa.
Pessoalmente,
venho há muitos anos, seja através do Jornal Variedades, seja através da Rádio Tupinambá
ou de meus infinitos escritos, despertar nas pessoas esta dignidade cidadã,
jogando sistematicamente por terra as firulas ouvidas nos palanques, nos plenários
das câmaras de vereadores e nos discursos dos prefeitos que insistem na
manutenção de uma politicagem que os mantém sempre no controle de uma plebe
sofrida e cada dia mais alienada, vagando entre uma gestão e outra sem sequer
perceber em sua maioria que poderiam
estar vivenciado uma existência menos agressivamente pobre e sem perspectivas.
Ontem, ouvi
parte da entrevista da prefeita Marlylda Barbuda, pois a transmissão estava
defeituosa e minha internet instável, mas como sempre, percebi a mesma postura,
esquecendo-se que nós, o povo, não temos que entender de administração pública,
e para tanto, elegemos nossos administradores, esperando deles a devida
correção na prestação de contas, decepcionando-nos ao ouvi-la que precisou da
opinião desta ou daquela pessoa para praticar o seu dever ético e honesto, que é justo explicar em detalhes a
aplicação dos recursos dos Royalties, já que a entrada nos cofres públicos é de
domínio também público.
O óbvio do
óbvio, magoa e ofende a todo aquele que mesmo não tendo o poder dos títulos
adquiridos através do voto, tem o poder de oferecer ou negá-lo a quem quer que
seja.
O problema
nos países de terceiro mundo, como o Brasil, é que quem ascende ao poder passa
a acreditar que são os detentores da verdade absoluta e que os demais que não
comunguem com seus métodos administrativos são inimigos que precisam ser
agredidos com a desqualificação sistêmica.
Prestar contas é obrigação, fazer previsões
claras quanto ao destino do erário público em obras e melhorias das
instituições é dever de todo aquele que está a serviço do povo.
Uma gestão
humana é bem mais que estar fazendo entrevistas programadas entre os seus adeptos
e sim, e acima de tudo, saber ouvir, pensar e decidir com a devida coerência de
atitudes.
Numa gestão
humana, não é admissível o atraso de um TFD, da escassez de remédios, da falta
de manutenção das vias de acesso da população e de infinitas outras
necessidades prioritárias em função de contratações no mínimo duvidosas,
aluguéis de veículos, cursinhos contínuos de aperfeiçoamento da equipe do
funcionalismo, mordomias só permitidas em cidades cujas arrecadações sejam
adequadas. Afinal, os cargos existem para serem preenchidos por profissionais já
qualificados, pois não se admite a lógica de se qualificar alguém para exercer
suas funções, enquanto o filho de quem paga a este funcionário, não tem
recursos para estudar, e o que é pior, não tem uma merenda verdadeiramente
saudável, cinco dias na semana nas escolas do município, sem interrupção.
Certamente,
com fundamentos, eu e outros mais, poderíamos escrever laudas dos absurdos que
sempre foram cometidos pelos nossos representantes legais, sem necessariamente
estarmos crucificando-os em ações politiqueiras, apenas e tão somente,
apontando as incoerências e arrogâncias que são evidentes e que impediram um
também mais eficaz desenvolvimento da cidade.
Certamente
que minha razoável inteligência me garante que até as vésperas da próxima
eleição em 2020, algumas obras irão ser aplicadas no município a fim de
garantir a reeleição, como sempre ocorreu, todavia, até que o bendito ano
eleitoral chegue, o povo sofre e, no final, recebe uma pequena parcela,
migalhas da sobra de um grande farnel que ele jamais teve o prazer de degustar.
Não sou
oposição, apenas quero respeito pelo voto por mim oferecido, busco real
humanidade para esta cidade que amo, pela cidadã participativa que sempre fui e
pela noção de direito público que anos de estudos, observância e humildade em
querer aprender me conferem.