sábado, 8 de outubro de 2016
SIMPLES REFLEXÃO...
Finda a campanha política, aliviada as tensões das urnas, seja pela vitória ou pela derrota, vi surgir ao longo da experiência de vida, uma nova tensão, bem mais devastadora, que é esperar a posse do eleito e a saída do perdedor, se bem que neste caso, a tensão em maior número começa antes das urnas, pois pelo sim pelo não, três meses antes, o enxugamento começa a ser feito, desempregando e naturalmente deixando um sem número de pessoas que são eleitores a ver navios.
O que significa, votos perdidos. Nunca entendi, mas vamos lá...
Já o ganhador, nem mal fecharam-se as urnas, já se vê com uma batata quente nas mãos, afinal, como acomodar todos que dele esperam uma compensação?
E esta situação vai se agravando até a posse, já que os mais próximos, começam a disputar entre si os cargos de maior expressão e, é claro, também salário. Tudo muito sorrateiro e articulado, e seja quem vier a ocupar os referidos cargos, alguém sempre ficará insatisfeito e se sentindo preterido, isto sem falar na legião que nada consegue, mas que admite muito contrariado que a vida é assim e não há cargos para todo mundo e blá, blá, blá de convencimento próprio.
Bem, mas o tempo vai passando e a criatura vai se convencendo que, afinal, sua vida pouco ou nada mudou, porque de repente, todas as benécias que esperava para si ou pelo menos para a sua rua ou bairro, estão acontecendo para outro, não entendendo esta tal de prioridade que seu candidato justifica.
O tempo vai passando e ele se vê na mesma realidade de vida, isto se não piorar em alguns aspectos, e ela então começa a desenvolver um sentimento latente de abandono e vê-se lenta e gradativamente surgir a mágoa por ter sido esquecida.
E aí, não importa o bem geral que seu candidato ao longo do tempo ofereceu, a criatura está magoada e enxerga tudo muito ruim, afinal, ela particularmente, nada conseguiu, e isto, no frigir dos ovos, é tudo que importa e nem se apercebe que o seu candidato usou exatamente esta mágoa para convencê-lo com novas perspectivas, e o ciclo do prometer e não cumprir recomeça, garantindo vitórias e futuras mágoas que na política brasileira é chamado de vitória da renovação.
Às vezes o político é tão bom de convencimento que até consegue espichar por mais um mandato o seu poder de argumentação, mas rapaz, findo este prazo, a galera está tão frustrada e magoada que se pudesse, queimava em praça pública o safado que o enganou.
Antes de dizerem isto ou aquilo, reflitam um segundo e digam se estou totalmente delirante.
E quanto a honestidade...
Que decência é esta que permanece calada frente aos desmandos de um político?
Nos trâmites públicos, não há como fazer trambiques sozinho, tudo é muito burocrático e passa pelas mãos e mentes de muita gente.
Por que ninguém denuncia?
Raros minguados exemplos em nosso país varonil e, assim mesmo, porque o delator foi sacaneado de alguma forma.
Bem, esta análise primária vem me convencendo no decorrer de minha vida que a corrupção é pessoal e se alastra como líquido derramado ladeira a baixo, justo porque encontra declive no qual escorrer, jogando por terra a conversa fiada de que somos um povo honesto e sofredor e que agora, desta vez, estaremos finalmente, prestes a colocar o país, o estado ou nossa cidade nos trilhos limpos da corrupção.
Enquanto cada vereador não cumprir o seu papel, buscando conferir valores contratados nas licitações e compará-los ao preço médio de mercado, enquanto as referidas empresas não forem devidamente checadas em suas origens e domicílios, enquanto não formarem comissões sistemáticas de vigilância nos postos de saúde, escolas e etc., a ladainha continuará a mesma e enquanto os moradores das comunidades, também não formarem suas comissões de vigilância e cobrança dos vereadores, os esquemas desonestos de trocas de favores, superfaturamentos, empresas fantasmas ou com laranjas e pagamentos de propinas se perpetuarão, fazendo de cada cidadão brasileiro, tão somente um babacão que pensa com o ego de suas vaidades, necessidades ou ambas, o que garante a medalha de maior em tudo, inclusive na hipocrisia.
Respondam para si mesmo, uma única pergunta:
- Por que da necessidade de um candidato fazer um maior número de vereadores se a função deles é justamente fiscalizar, legislando em favor do Município e de seus cidadãos?
Percebem a sutileza da inversão de valores?
Daí a explicação simples para a fome e a miséria, a violência sempre crescente e a indignidade vivencial de uma legião de pessoas iletradas que se agarram a qualquer brisa de esperança, pois é tudo que lhes resta.
Culpá-los? Jamais.
Apenas educa-los para que um dia, quem sabe, possam perceber a imensa incoerência que representa o seu modo de viver em relação a todo e qualquer político deste país varonil.
Esse papo de que o Brasil está mudando e que o povo está deixando de ser bobo, é mais uma falácia de grupos políticos que tão somente explodem um punhado de merda no ventilador, certamente para colocar outra na gaveta.
Esse filme é bastante conhecido e já foi rodado com outros personagens alguma vezes na história de nosso país, só não houve e hoje existe, o que já é inédito, um JUIZ MORO para melar um pouco esta nova versão.
Mas brasileiro prima por ser Mandrake e com certeza, já tem um plano B, C, D, para as eventualidades incômodas.
Político Santinhos e ilibados e sem acordos de bastidores e Eleitor que pensa no coletivo?
Ainda estou pagando para conhecer...
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