Rapaz... acabei chorando neste amanhecer de
sábado , sem sol, mas também sem chuva, talvez porque as águas desaguariam de
mim ao assistir “O como será” da rede Globo, que mostrou um grupo de dança de
idosos que, inevitavelmente, levou-me a recordar do “Natal do meu tempo”,
magistralmente dirigido pelo querido amigo Yulo Cesar, sob a batuta de uma
jovem mulher que vislumbrou num grupo de idosos, a condição de ultrapassar as
barreiras do preconceito e do esquecimento social para oferecer dignidade
existencial.
Depois de
pronto e realizado, tudo parece ter sido fácil, tudo pode até cair no
esquecimento, mas não na minha mente de ser humano apaixonado por gente, que
sabe reconhecer toda grandeza possível de alguém capaz de, em meio a este mundo
tão exclusivista, pensar em outros alguéns, dividindo com eles, seu brilho
pessoal.
Muito
gratificante, pensar e constatar o quanto é possível se doar, quando assim nos
determinamos, e neste caminho das lembranças, chego em cada funcionário da
Secretaria de Saúde que conseguiu transformar o óbvio e obrigatório, em um
percurso de amor e dedicação, onde não há salário que pague e esquecimento que
destrua.
Enquanto
escrevo, confesso que deixo rolar gotas grossas de lágrimas que mais que
desafogar minha alma frente às ingratidões humanas, servem-me de consolo também
frente ao belo que me contagia.
O mesmo
contágio que vi acontecer na Ação Social que associados à Saúde, no silencio
dos grandes, levou mais que “coisas” que o dinheiro paga, mais que promessas
nunca cumpridas, apenas atenção, nunca oferecida.
Senhor meu Deus,
por que?
Por que
permites que os incautos empanem o brilho de teu amor que se reflete nas ações
dos muitos que te seguem, fazendo práticas as tuas orientações?
Por que, o
esquecimento se torna parceiro da cegueira indutiva?
Por que meu
Deus, a insistência em sermos tão pequenos, incapazes de reconhecer os grandes,
sem tentarmos como loucos destruí-los?
Por quê, meu
Deus? Por quê?
E por questionar
Deus, ele me ouve e envia o bendito sol.
Bom dia a todos
e que este sol da esperança consiga desanuviar as trevas do não reconhecimento
do belo realizado.
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