sábado, 24 de setembro de 2016

UM AMANHECER APAIXONADO


 Rapaz... acabei chorando neste amanhecer de sábado , sem sol, mas também sem chuva, talvez porque as águas desaguariam de mim ao assistir “O como será” da rede Globo, que mostrou um grupo de dança de idosos que, inevitavelmente, levou-me a recordar do “Natal do meu tempo”, magistralmente dirigido pelo querido amigo Yulo Cesar, sob a batuta de uma jovem mulher que vislumbrou num grupo de idosos, a condição de ultrapassar as barreiras do preconceito e do esquecimento social para oferecer dignidade existencial.
Depois de pronto e realizado, tudo parece ter sido fácil, tudo pode até cair no esquecimento, mas não na minha mente de ser humano apaixonado por gente, que sabe reconhecer toda grandeza possível de alguém capaz de, em meio a este mundo tão exclusivista, pensar em outros alguéns, dividindo com eles, seu brilho pessoal.
Muito gratificante, pensar e constatar o quanto é possível se doar, quando assim nos determinamos, e neste caminho das lembranças, chego em cada funcionário da Secretaria de Saúde que conseguiu transformar o óbvio e obrigatório, em um percurso de amor e dedicação, onde não há salário que pague e esquecimento que destrua.
Enquanto escrevo, confesso que deixo rolar gotas grossas de lágrimas que mais que desafogar minha alma frente às ingratidões humanas, servem-me de consolo também frente ao belo que me contagia.
O mesmo contágio que vi acontecer na Ação Social que associados à Saúde, no silencio dos grandes, levou mais que “coisas” que o dinheiro paga, mais que promessas nunca cumpridas, apenas atenção, nunca oferecida.
Senhor meu Deus, por que?
Por que permites que os incautos empanem o brilho de teu amor que se reflete nas ações dos muitos que te seguem, fazendo práticas as tuas orientações?
Por que, o esquecimento se torna parceiro da cegueira indutiva?
Por que meu Deus, a insistência em sermos tão pequenos, incapazes de reconhecer os grandes, sem tentarmos como loucos destruí-los?
Por quê, meu Deus? Por quê?
E por questionar Deus, ele me ouve e envia o bendito sol.
Bom dia a todos e que este sol da esperança consiga desanuviar as trevas do não reconhecimento do belo realizado.


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